Volta ao Mundo com Judith (XXIV)
Fangataufa é nosso destino de hoje. Parte da Polinésia francesa, esta ilha-atol, com o formato de um rosário aberto, circundando uma enorme lagoa, possui não mais do que 5 km2 de território, todo pontilhado, e na sua vizinhança mais próxima tem a ilha de Tuamoto, a 40 kms, distando contudo 4.410 kms da Nova Zelândia, e, naturalmente, pelo menos 3 vezes mais essa distância da metrópole...
Descoberta em 1.826 por Frederick William Beechley, como mais uma extensão do riquíssimo universo insular da Polinésia, Fangataufa, no entanto ganhou notoriedade por uma razão bem menos nobre quando foi designada para a realização de teste nucleares no período de 1.966 a 1.996, pela França, sequiosa de se tornar a quarta potência nuclear do planeta, após os EUA, a Rússia e o Reino Unido.
A explosão de uma bomba de hidrogênio, centenas de vezes mais destruidora do que as bombas que foram lançadas criminosamente sobre populações civis no Japão, provocou danos ambientais e sobre fauna marinha, cuja quantificação seria difícil de estabelecer para quem já viu por exemplo a mão de um indivíduo dilacerada por um foguete de São João, numa explosão acidental...
A operação, tida como bem sucedida, foi denominada Canopus, que é o nome da segunda mais brilhante estrela no firmamento. E que pela sua posição no no espaço é impossível de ser vista nos céus da França. Como foi impossível também aos franceses ver o clarão destruidor
de sua bomba sobre Fangataufa. Desabitada, até de alma.
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