É conversa que a traça,
gosta tanto de tecido!
E a culpa que ela leva,
de devorar papel?
Pobre ser, que se arrasta:
De cabeça, sem pensar,
para dentro e para fora,
levando seu corpo seco,
Numa casca reciclada...
De uma forma tão exótica...
Ela vai e vem,
de um lado para do outro.
Parecendo um metrô.
Encontrei aquela traça...
Tão perdida e faminta:
Na parede da entrada,
do meu prédio tão gelada...
Resolvi lhe da um lar.
Recolhi daquele antro,
pobre traça ressecada;
Para dar-lhe, às boas vindas,
Preparo-lhe, uma festa,
Um banquete:
Papeis, muitos!
Delicias de tecidos...
E a traça tão calada:
De nada quis saber,
foi saindo sem agradecer,
me deixando,
sem saber o que fazer...
Um livro de piadas,
resolvi lhe oferecer,
diversão e trá lá lá,
fiz muita farra,
carinho resolvi lhe dar...
Nesta casa não faltou,
atenção e muito mimo:
Rá! Rá!
Soprei forte em cima dela,
e o vapor da minha boca,
Não sei se ela gostou:
Zangada ela me olhou
Não sei se foi o calor,
ou o mal cheiro,
que minha boca deixou.
Desesperada ela me abandonou...;(
Implorei, expliquei,
de nada adiantou!