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Infantil-->Um pouco de Monteiro Lobato -- 09/02/2024 - 06:06 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

 

 

 

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Monteiro Lobato

Monteiro Lobato foi um escritor brasileiro pré-modernista. Suas obras para adultos são marcadas pela crítica política. Porém, ele é mais conhecido por seus livros infantis.

Monteiro Lobato, em 1900.

Monteiro Lobato, em 1900.

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Monteiro Lobato (José Bento Renato Monteiro Lobato) nasceu em 18 de abril de 1882, na cidade de Taubaté, em São Paulo. Ele fez faculdade de Direito, foi promotor, fazendeiro, editor e empresário. Além disso, fez muito sucesso como escritor. Apesar de também escrever para adultos, ficou mais conhecido por causa dos seus livros infantis.

O autor, que faleceu em 4 de julho de 1948, na cidade de São Paulo, faz parte do pré-modernismo e escreveu obras marcadas pelo realismo social, nacionalismo e crítica sociopolítica. Já seus livros infantis da série Sítio do Picapau Amarelo possuem traços da literatura fantástica, além de apresentarem elementos folclóricos, históricos e científicos.

Leia também: Lima Barreto — autor pré-modernista marcado pela visão crítica da sociedade brasileira

 

Tópicos deste artigo

 

Resumo sobre Monteiro Lobato

  • O escritor brasileiro Monteiro Lobato nasceu em 1882 e faleceu em 1948.

  • Além de escritor, foi promotor, fazendeiro, editor e empresário.

  • Ele faz parte do pré-modernismo, além de ter sido autor de literatura infantil.

  • Suas obras para adultos são caracterizadas pelo nacionalismo e crítica sociopolítica.

  • Sua série de livros infantis Sítio do Picapau Amarelo traz elementos fantásticos e muitas aventuras.

Biografia de Monteiro Lobato

Monteiro Lobato (José Bento Renato Monteiro Lobato) nasceu em 18 de abril de 1882, em Taubaté, no estado de São Paulo. Em 1888, foi alfabetizado por sua mãe, Olympia Monteiro Lobato. No ano seguinte, ele ingressou no colégio Kennedy. Após as mortes do pai, em 1898, e da mãe, no ano seguinte, o escritor e suas irmãs foram morar com o avô materno, o visconde de Tremembé (1830–1911).

Em 1900, Lobato ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, cidade onde passou a morar. Já em 1903, ele se tornou um dos redatores do jornal acadêmico O Onze de Agosto. Escreveu também para periódicos como MinareteO Povo e O Combatente. Se formou em Direito no final do ano de 1904.

 

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Então, o autor voltou para Taubaté e, em 1905, começou a namorar Maria da Pureza de Castro Natividade (1885–1959). No ano seguinte, recebeu nomeação para o cargo de promotor público interino da cidade. Mas, em 1907, se mudou para a cidade de Areias, para assumir novo cargo de promotor público.

No ano de 1908, se casou com Maria da Pureza. Com a morte do avô, em 1911, o escritor recebeu como herança algumas terras. Assim, decidiu morar na fazenda do Buquira. Ele passou a ser conhecido quando, em 1914, sua carta “Uma velha praga” foi publicada n’O Estado de S. Paulo. Em seguida, o autor criou o personagem Jeca Tatu.

Três anos depois, desistiu da vida de fazendeiro e se mudou para São Paulo. Nesse ano, publicou o polêmico artigo Paranoia ou mistificação?, que critica as tendências modernistas. No ano seguinte, comprou a Revista do Brasil. Em 1920, fundou a editora Monteiro Lobato & Cia.

Cinco anos depois, vendeu a Revista do Brasil para Assis Chateaubriand (1892–1968) e decretou a falência da editora Lobato & Companhia, que, a essa altura, já se chamava Companhia Gráfico-Editora Monteiro Lobato. Ele se tornou sócio da Companhia Editora Nacional.

Monteiro Lobato, então, se mudou para o Rio de Janeiro, em 1925. Dois anos depois, foi para Nova York, onde assumiu o cargo de adido comercial. Em 1929, devido à crise econômica, vendeu suas ações da Companhia Editora Nacional. No final de 1930, quando Getúlio Vargas (1882–1954) subiu ao poder, o escritor perdeu seu cargo de adido comercial.

Ele retornou ao Brasil no ano seguinte. Em 1932, foi um dos fundadores da Companhia Petróleo Nacional. Anos depois, em 1941, o autor ficou preso, durante três meses, por fazer críticas ao regime ditatorial de Getúlio Vargas. No ano de 1945, foi um dos fundadores e diretor do Instituto Cultural Brasil-URSS.

O escritor Monteiro Lobato se tornou sócio da Editora Brasiliense, em 1946, ano em que decidiu morar na Argentina, onde foi um dos fundadores da Editorial Acteón. Voltou ao Brasil em 1947 e fez críticas ao governo de Eurico Gaspar Dutra (1883–1974). Lobato faleceu em 4 de julho de 1948, em São Paulo.

  • Academia Brasileira de Letras

Em 1922, Monteiro Lobato decidiu concorrer à cadeira número 11 da Academia Brasileira de Letras. Porém, desistiu da candidatura por não querer “implorar votos”. Já em 1926, voltou atrás e, novamente, concorreu a uma vaga na ABL, mas não foi eleito. Por fim, em 1944, recusou indicação para a Academia, em protesto por Getúlio Vargas ter sido eleito à Academia Brasileira de Letras em 1941.

Leia também: Euclides da Cunha — outro importante nome do pré-modernismo brasileiro

Características da obra de Monteiro Lobato

As obras infantis de Monteiro Lobato são marcadas por aventuras, imaginação e didatismo. Já os livros para adultos do escritor possuem as características do pré-modernismo:

  • traços naturalistas;

  • determinismo;

  • realismo social;

  • personagem caipira;

  • ausência de idealizações;

  • crítica sociopolítica;

  • nacionalismo;

  • linguagem objetiva.

Vale ressaltar que os elementos racistas identificados em obras como O presidente negro estão associados ao naturalismo, estilo literário do século XIX que ainda exercia certa influência sobre alguns escritores no início do século XX.

Obras de Monteiro Lobato

Além da série de livros infantis Sítio do Picapau Amarelo, Monteiro Lobato também escreveu livros para o público adulto:

  • Urupês (1918) — contos

  • Cidades mortas (1919) — contos

  • Ideias de Jeca Tatu (1919) — ensaios

  • Negrinha (1920) — contos

  • O macaco que se fez homem (1923) — contos

  • Mundo da lua (1923) — crônicas e críticas

  • O presidente negro (1926) — romance

  • Mr. Slang e o Brasil (1927) — crônicas

  • Na antevéspera (1933) — ensaios

  • O escândalo do petróleo (1936) — ensaio

  • A barca de Gleyre (1944) — cartas

Sítio do Picapau Amarelo

A série de livros infantis Sítio do Picapau Amarelo conta com os seguintes títulos:

  • O saci (1921)

  • Fábulas (1922)

  • As aventuras de Hans Staden (1927)

  • Reinações de Narizinho (1931)

  • Viagem ao céu (1932)

  • Caçadas de Pedrinho (1933)

  • História do mundo para as crianças (1933)

  • Emília no País da Gramática (1934)

  • Aritmética da Emília (1935)

  • Geografia de Dona Benta (1935)

  • História das invenções (1935)

  • Dom Quixote das crianças (1936)

  • Memórias de Emília (1936)

  • Serões de Dona Benta (1937)

  • O poço do Visconde (1937)

  • Histórias de tia Nastácia (1937)

  • O Picapau Amarelo (1939)

  • O Minotauro (1939)

  • A reforma da natureza (1941)

  • A chave do tamanho (1942)

  • Os doze trabalhos de Hércules (1944)

Os personagens principais desses livros são: Emília, Narizinho, Pedrinho, Visconde, tia Nastácia e Dona Benta. Narizinho e Pedrinho são netos de Dona Benta. Emília é uma falante boneca de pano. Visconde é um sábio boneco feito de sabugo de milho. E tia Nastácia é trabalhadora de Dona Benta.

Assim como tantas outras obras infantis, os livros do escritor fazem parte da literatura fantástica. Dessa forma, em meio a aventuras e muita imaginação, o autor apresenta para as crianças elementos folclóricos, históricos, mitológicos e até científicos. No entanto, atualmente, alguns estudiosos vêm apontando e criticando o racismo em suas obras.

Leia também: Realismo mágico — a realidade marcada pelo absurdo, nonsense e mistério

 

Frases de Monteiro Lobato

“O meio de combater uma ideia é lançar ao seu encontro uma ideia melhor.”

“Nunca no mundo uma bala matou uma ideia.”

“A coisa que menos me mete medo é o futuro.”

“No fundo não sou literato, sou pintor.”

“A maioria dos detentos é gente de alma muito mais limpa e nobre do que muita gente de alto bordo que anda à solta.”

“A história dos historiadores coroados pelas academias mostra-nos só a sala de visitas dos povos.”

 

Por Warley Souza
Professor de Literatura  

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