Eu, quando o jogo dama com a Blanche, ela sempre ganha.
Eu digo a ela que o importante é competir, mas não adianta nada.
Nas últimas férias fui passar duas semanas lá, na casa dela.
Nós todos os dias antes de dormir jogávamos ludo, damas e líamos.
Ela sempre ganhava, mas na última noite em que tínhamos chegado do Tívoli Parque, então ficamos vendo um pouco de televisão, lemos e jogamos dama.
Enfim, quem ganhou?
Nem acreditava!
Se vocês disseram eu, acertaram.
Fui eu...
Foi sim.
E assim ela compreendeu que o importante era competir.
Blanche, Sabrina e Gisela eram filhas de uma das amigas de infância de minha mãe, lá da casa da Ilha, onde moramos durante anos.
Ia muito a casa da tia Maria Augusta, viajávamos, íamos ao clube (Iate Clube Jardim Guanabara), fazíamos balé na mesma academia, enfim, éramos muito unidos, as vezes até meus primos também uniam-se a nós em nossas brincadeiras e em festinhas de aniversários, essa é uma das lembranças mais deliciosas, das brincadeiras de amizades de infância.
Hoje, como são filhas de Paraguaio, elas residem em Assunção, todas casadas, com filhos, e distantes, a vida levou as minhas amigas, mas vez por outra nos reunimos no sobrado em São Cristóvão quando vêem ao Brasil, junto as suas primas e os primos de suas primas, enfim uma grande família que nunca se dissolve foi enlaçada nessa infância cheia de ternas lembranças...
