O local é um salão úmido e frio. Com apenas uma saída, sem janelas. A luz vem de cima, de um duto. Mas mesmo assim é escuro. O frio do subterrâneo faz Pedro tremer. Pedro colocasse ao lado da porta, segura firmemente o machado. Ele espera pacientemente. Sabe que eles vão voltar. Ele precisa tentar. Espera. Ele olha para si mesmo. Está sujo. Sua roupa esta em pedaços. Ele tem poucas chances. Sua respiração está ofegante. Cansado. Empunha o machado com força. Não pode errar. Sente que eles estão voltando. Mas e se vierem outros com eles. E se não forem eles. Não pode errar. Os passos se aproximam. Estão mais perto. Ouve o barulho da chave entrando na fechadura. Uma volta da chave. A segunda volta. A maçaneta se move. Seu coração está disparado. A porta começa a se abrir. Pedro sua frio. Tem que ser agora. Ele não tem mais tempo.
Um grito ecoa, acompanhado de jatos de sangue. O desconhecido tem a mão direita amputada pelo golpe de Pedro. Cai no chão, contorcendo-se de dor. Pedro, com o machado, o golpeia mais algumas vezes nas costas, uma poça de sangue se forma. Os gritos cessam. Está morto. O corpo é arrastado, colocado na mesa onde Pedro estava. Pedro o cobre com o longo tecido vermelho que cobria uma das paredes. Fecha porta novamente. A tranca por dentro. Tapa o duto da iluminação, deixando a sala as escuras. Ele sabe que tem mais um.
O desconhecido trazia uma arma consigo. Com o golpe, e a dor do membro decepado, não tivera tempo de usa-la. Pedro esconde-se atrás de umas das cortinas sabe que mais alguém virá.
Mais um pouco de tempo se passa. Pedro espera paciente. Seus olhos já se acostumaram com a escuridão.
A porta se abre. O desconhecido estranha a escuridão de dentro da sala e sente algo úmido em as mão. Ascende uma lanterna, e percebe todo o sangue na porta, no chão e em sua mão. Vê que o local onde Pedro estava está coberto com uma das cortinas vermelho escuro. Com receio aproxima-se e descobre. Ao reconhecer o rosto do parceiro, não tem tempo para processar os fatos. Um tiro certeiro em sua cabeça o derruba.
Pedro corre pelo corredor escuro até a escada. Agora tem duas armas. Está a uns cinco metros abaixo do solo. Um alçapão o leva a uma pequena sala de uma casa de madeira. Olha lentamente. Não tem ninguém. Toma coragem e sai. Está uma espécie de igreja abandonada. Por uma fenda pode ver a nave central. Não é muito grande, de madeira, sem bancos. Dez pessoas conversam em um idioma que ele não conhece. Vê alguns galões de gasolina, estão falando alguma coisa sobre isto, percebe pelos gestos. Seis dos desconhecidos saem. Três homens e um jovem ficam no local. Pedro ouve o barulho de dois automóveis saindo. Os qautro continuam conversando. Os automóveis se distanciam. O som se perde. Passa algum tempo. Eles continuam conversando. Estão tensos. Pedro inda mais.
- Estão demorando muito. Vá chamá-los!
- Tem certeza? Ele falou para não ir mais ninguém lá!
- Eu estou mandando. Ele não está aqui! Vai logo.
O jovem sai contrariado. Pedro se esconde em um atrás de um móvel. E espera não ser visto. O jovem entra na sala onde Pedro se encontra. Ele bastante nervoso, com um pouco de medo. Receoso ele abre o alçapão. Começa a descer. Pedro percebe que ele não tem armas. –“ Melhor assim”. Ele vai caminhando pelo corredor. Está escuro. Sente que está sendo seguido.
O som do tiro é abafado pelo silenciador.
Pedro vê aquele jovem morto aos seus pés. É mais jovem que Pedro.ele volta para a sala onde estava. Toma coragem, e prepara as duas armas. Com as armas em punho e o coração disparado. Espia pela fenda da parede. Os três ainda estão lá. Não ouviram o tiro. Sai no salão e começa a atirar. Os homens não têm tempo de reagir. Pedro descarrega as armas sobre eles. Em poucos minutos os três estão tombados. Há sangue por toda à parte. Estão todos mortos.