Laureaste-me por sonhar.
Sublime encontro súbito.
Atiraste em mim o malogro
Da inveja dos que não têm.
Alegria de encontrar em tuas letras
O afago do carinho prematuro.
Tornaste novamente doce o amar
Tesouro puro, rara preciosidade
Letras bem arranjadas
Nas mãos do poeta refeito.
Não canto à métrica
Menos às rimas.
Canto à liberdade de pintar
Dar cor ao que dentro não cabe.
Se me reabro é por medo,
Não quero reviver-me calado
Se me vêem mau
Não será aqui que aniquilarei o medo.
Alívio à alma, não arte
Das apreciadas na exposição
Antes exposição apreciada.
Canto-te antes o favor inocente
Reabriste-me na face
O sorriso apertado,
Antes pálido, morte imitando vida
Agora vida, factual
Almejando o renascer constante
À luz de tua formosura
Errante, perdeste-te em meu caminho
Levaste-me ao céu novamente
Vislumbre esquecido no frívolo tempo
Que grassava no meu respirar,
Claustrofóbico,
Agora livre.