Há uma coisa estranha em não saber o que fazer quando o melhor é se calar e ficar estático, vendo como as coisas se encaixaram num instante em que tudo parecia desandar na vida.
Você me veio como a vida a uma flor que começa a murchar. A cor na fotografia preto-e-branco em que sorria para a vida que se fazia triste. Às vezes pensamos que as coisas desandaram, mas, o melhor é fechar os olhos, crer num amor renovado para que este surja entre as lágrimas que derramamos em silêncio no quarto. O refúgio da solidão nos vem trazer reflexões do que é a vida, e de quando ela realmente se mostrou como algo concreto e empolgante.
E o que nos vem à cabeça são os momentos em que não ligávamos, achando que não passavam de momentos normais de uma vida que temos a obrigação de levar sociavelmente.
A vida se faz de pequenos momentos, que se tornam gigantescos. Livros, músicas, filmes, fotografias que nos fazem pensar no amor, no amor que por muitas vezes pensamos ter sido extinguido. E às vezes tudo passa. Uma briga nos faz deixar de lado o que sentimos por uma vida, uma desconfiança nos faz esquecer o que aconteceu de bom.
Viver tornou-se algo obsoleto, e passamos a acreditar que a vida não passa de uma fantasia e que a verdade não existe dentro de nós. Quando desacreditamos no amor aprendemos que nem tudo o que reluz é ouro, mas devemos saber que nem tudo deve ser desvalorizado por não ser aquele ouro sem máculas que vemos num livro que trata de grandes preciosidades do mundo ou que imaginamos numa jóia intocável numa prateleira com uma etiqueta que porta um preço que nos desperta um interesse demasiado nos fazendo esquecer da beleza e da leveza de simples atos que nos são concedidos por graça de Deus.
Sei o que sou, mas nunca soube se realmente entendo o que se passa em mim. Encontrei-me em você, mas não sei se você sente o que sinto, e isto me faz mal. Não sei se consigo fazer-lhe crer no que creio e saber como sei. Mas ainda alimento em mim aquele sonho de criança, quando vivia no primário e sentia um friozinho na barriga ao ver uma garota nova. Não! Não precisava ser bonita, mas bastavam os mistérios do desconhecimento e a gana de desvendá-los. A infância nos ensina, nem tudo o que pensamos ou vivemos nesta fase é preciso ser deixado para trás, às vezes, devemos fazer o contrário. Lembrar do sentimento puro que nos fazia sorrir com sinceridade, mesmo que este venha a se mostrar num futuro não muito distante pura ilusão.
Não sei tudo o que quero, mas quero alguém que me ajude a descobrir, que sacie as minhas vontades e que me permita saciar as dela. Para que no fim possamos olhar juntos para o passado e ver o quão belo se fez a constância de nossos tempos. Você!