Eu não sei o porquê
Seus olhos fugiram do meu alcance
Dor: foi isso.
E é isso que me traz ao meu refúgio:
As letras.
Por trás de cada uma,
Cada palavra,
Cada frase,
Lê-se uma coisa só
Que esconde-se na limitada visão.
São seus olhos,
Seu sorriso,
Sua boca.
Sonho meu.
Não há muito a dizer,
Quando se quer beijar.
Os lábios procuram o par,
Vagueiam no ar.
Não há muito a fazer,
Quando se quer descansar.
A cabeça pesada
Busca o amparo.
Não há muito a pensar
Quando o coração aperta
E suplica-lhe o chorar.
A face busca uma mão
Que há de enxugá-la.
Não há muito a provar
Quando a vida busca a razão
Aquilo que a manterá acesa.