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Infanto_Juvenil-->Fugindo do cachorro bravo -- 25/05/2008 - 12:15 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
FUGINDO DO CACHORRO BRAVO


Era o mês de maio daquele distante ano de 1967. Vindas de Cannes, Helena e eu encontramos o Principado em festa, apinhado de gente e com as principais ruas interditadas. Pedestres tinham que cruzá-las por improvisadas passarelas de madeira, embaixo das quais passavam zunindo e roncando carros pilotados por homens de capacete.

Hoteizinhos e albergues lotados, disseram que devíamos procurar acomodação em alguma cidade vizinha. Mas como sabemos, Mônaco só dispõe de uma cidade, as vizinhas ficam em outros países. Foi então para a direção da Itália que nos dirigimos.

Como só estava permitido o trânsito motorizado às estrelas do automobilismo, nenhum ônibus circulava na região. Tivemos que deixar Monte Carlo a pé.

Chegando à fronteira, os aduaneiros nos informaram que não se podia sair por ali caminhando, a estrada servia aos veículos. Discutimos, pois estávamos a pé e não podíamos permanecer no Principado. Como fazer?...

Uma junta de guardas logo se formou e, de repente, acharam uma solução. Se os italianos não encrencassem, estaria resolvido o nosso problema. Do alto da encosta, onde nos encontrávamos, mostraram uma trilha em meio à vegetação. Era só descer e seguir em frente.

Quase despencando, chegamos embaixo de uma ponte onde havia um casebre. Como o caminho passava por seu quintal, achamos mais prudente bater palmas. Fomos atendidas por um furioso cão, que além de latir, babava e arreganhava os dentes. Em dois tempos galgamos um barranco, mas no topo, vimo-nos cercadas por “carabinieri” que também ouviram os latidos.

Não foi fácil explicar-lhes porque nos encontrávamos naquele lugar. De nada adiantou dizer que a idéia tinha sido dos colegas monegascos. Ninguém acreditou. De mochila às costas, fugindo de um cachorro bravo embaixo de ponte fronteiriça, não inspirávamos confiança alguma. Os guardas não entendiam francês e nós nos expressávamos mal em italiano. A situação estava ficando preta e já começamos a nos imaginar em cana. De Cannes para a cana!

Foi então que tivemos a lembrança de mostrar-lhes alguns dólares. Ao abrirmos as carteiras, os ânimos se acalmaram. Os “carabinieri” entreolharam-se admirados e um deles pediu-me licença. Puxou uma nota de cinco mil cruzeiros e ficou a olhá-la incrédulo. A nota passou de mão em mão e todos a examinaram bem. Animadíssimas diante do sucesso, passamos a exibir outras notas iguais àquela. No total, umas seis ou sete.

Milionárias excêntricas, isto é o que vocês são, hein, suas danadinhas!... Daí em diante começaram a fazer-nos mesuras e até nos ofereceram um café ralinho e frio. Carimbaram nossos passaportes, mas não nos permitiram seguir a viagem a pé.

Fomos levadas de camburão até o albergue mais próximo.Ao se despedir, o motorista quis marcar um encontro com a Helena. Estaria de folga no dia seguinte, que tal assistirmos à corrida em Monte Carlo?...


Beatriz Cruz





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