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Infanto_Juvenil-->NÃO GOSTO DE CARNAVAL -- 09/03/2007 - 21:48 (GERALDO EUSTÁQUIO RIBEIRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NÃO GOSTO DE CARNAVAL
Quarta feira de cinzas, início dos quarenta dias do calvário até a crucificação do Deus que se fez homem por amor.
Os tambores ainda não calaram.
A cuíca ainda ronca.
A fantasia não foi tirada.
A idiotice continua...
Milhões de reais são gastos para promover festa para turistas sexuais, homens e mulheres pagam a peso de ouro um lugar nos carros alegóricos ou como madrinhas e padrinhos de baterias.
Hora de contabilizar e fazer uma reflexão dos últimos acontecimentos.
Quantas mortes nas estradas?
De bêbados fantasiados de palhaços e de inocentes que tiveram a coragem de colocar o bloco na rua e se colocar no caminho da irresponsabilidade.
A indústria de bebida comemora.
A indústria hoteleira comemora.
A indústria do narcotráfico festeja.
Os prostíbulos e as prostitutas estão em festa.
O profissional do entretenimento se realiza.
Os políticos, esquecidos por uns dias, festejam.
E o povo?
Meros coadjuvantes nesta festa grotesca onde o pobre se sente rei, quando na verdade mais uma vez está sendo o bobo da corte.
A grande maioria dos foliões do asfalto ganha o quê?
Três dias de falsa alegria?
E o que o espera depois?
O marido ou a mulher. abandonados junto com os filhos implorando um pedaço de pão?
Com sua dor!
Uma conta de água ou luz atrasada.
O dono do barraco querendo receber o aluguel?
Aqueles que consomem drogas e caviar nos camarotes vão ajudá-los a consertar a vida?
Quantas famílias são desfeitas?
E em outubro próximo quando começarem a nascer os filhos da folia e do carnaval?
Onde andará o pai?
Quem foi?
Impossível saber!
É por isto que o nosso país não é respeitado pelo primeiro mundo e o nosso povo não passa de um brinquedo de terceira categoria, pão e circo são suficientes para alimentar o ego de quem não tem consciência de justiça.
Damos espetáculo para o mundo que nos olha como selvagens, porque aceitamos um governo de falcatruas com políticos corruptos e dançamos em sua homenagem.
Carnaval é algo tão insignificante que nem mesmo o Aurélio consegue definir e o descreve como: Três dias que antecede a quarta feira de cinzas, dedicado a várias sortes de diversões, folias e folguedos e termina com a definição de: Grotesco.
O absurdo desta aberração é que pessoas é que não gostam, como eu, somos obrigados aturar, querendo ou não, porque o país do primeiro mundo de miséria e da injustiça pára de produzir enquanto brinca de ser feliz.
Felizes os seguidores de religiões que promovem retiros durante estes três dias. Enquanto uma minoria faz chegar ao céu o louvor, milhões fazem questão de esquecer a existência de Deus, achando que ele também se retirou para um cantinho do céu e só retornará na quarta feira de cinzas quando a mascara cair.
E na volta da orgia, muitos vão para as igrejas com cara de Judas arrependido ou de santo do pau-oco como se nada de anormal tivesse acontecido.
Não gosto de carnaval.
Festa de hipócritas!
Sorrisos de mentira!
Relaxamento de atitudes.
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