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Infanto_Juvenil-->Mensagem de Sagan -- 05/04/2010 - 19:14 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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Pontinho azul desbotado.

Essa é a foto mais extraordinária que já vi. Quando ficamos diante da grandeza do universo e cientes de nosso ínfimo porte, esse pontinho azul desbotado nos faz perceber as tolices das vaidades humanas. Pra quê tanto desgaste uns com outros, palavras amargas, se somos tão pequenos, e se podemos ser gigantescos em nossas ações e nossas atitudes?
No dia 14 de fevereiro de 1990, tendo completado sua missão primordial, foi enviado um comando à Voyager I para se virar e tirar fotografias dos planetas que havia visitado. A NASA havia feito uma compilação de cerca de 60 imagens, um mosaico do Sistema Solar. Uma imagem que retornou da Voyager era a Terra, a 6,4 bilhões de quilômetros de distância, mostrando-a como um "pontinho azul desbotado" na granulada imagem.
Sagan(*) disse que a famosa foto, tirada da missão Apollo 8 mostrando a Terra acima da Lua, forçou os humanos a olharem a Terra como ínfima parcela do universo. No espírito desta realização, Sagan disse que pediu para que a Voyager retratasse a Terra do ponto mais favorável que encontrasse dos confins do Sistema Solar.
Numa conferência em 11 de Maio de 1996, Sagan falou dos seus pensamentos sobre a histórica imagem:
"Olhem de novo pra esse ponto. Isto é aqui, isto é nossa casa, isto somos nós. Aqui viveram suas vidas todos a quem amamos, todos a quem conhecemos, qualquer um do qual ouvimos falar, cada ser humano que existiu. O conjunto de nossas alegrias e nossos sofrimentos, milhares de religiões autênticas, ideologias e doutrinas econômicas, cada caçador e colhedor, cada herói e cada covarde, cada criador e cada destruidor da civilização, cada rei e cada camponês, cada casal de namorados, cada mãe e cada pai, cada criança cheia de esperança, cada inventor e cada explorador, cada mestre de ética, cada político corrupto, cada super-star, cada líder supremo, cada santo e cada pecador da história, todos da nossa espécie viveram aqui, neste grão de pó suspenso por um raio de sol.
A Terra é um cenário muito pequeno numa vasta arena cósmica. Pensem nos rios de sangue derramados por todos aqueles generais e imperadores, para que, na sua glória e triunfo, viessem ser donos momentâneos duma fração desse ponto. Pensem nas crueldades sem fim, infligidas pelos moradores dum canto deste pixel, aos quase indistinguíveis moradores dalgum outro canto, quão frequentes as suas incompreensões, quão ávidos de se matar uns aos outros, quão veementes os seus ódios. Nossas exageradas atitudes, nossa suposta auto-importância, ilusão de termos qualquer posição de privilégio no Universo, são representadas por este pontinho de luz desbotada. O nosso planeta é um grão solitário na grande e envolvente escuridão cósmica.
Na nossa obscuridade, em toda esta vastidão, não há indícios de que vão chegar ajudas de algures para nos salvar de nós mesmos. A Terra é o único mundo conhecido, até hoje, que alberga a vida. Não há mais nenhum, pelo menos, no próximo futuro, para onde nossa espécie possa emigrar. Visitar, pôde. Assentar-se, ainda não. Gostemos ou não, por enquanto, a Terra é onde temos de ficar. Tem-se falado da astronomia como experiência criadora de firmeza e humildade. Não há, talvez, melhor demonstração das tolas e vãs soberbas humanas do que esta distante imagem do nosso miúdo mundo. Para mim, acentua nossa responsabilidade para nos portar mais amavelmente uns para com os outros, para protegermos e acariciarmos o planeta, o único lar que conhecemos."
(*)Carl Edward Sagan (Nova Iorque, 9 de novembro de 1934 — Seattle, 20 de dezembro de 1996) foi um cientista e astrônomo dos Estados Unidos.



































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