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Infanto_Juvenil-->Hora do cacarejo -- 30/09/2013 - 06:20 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os bichos já não falavam, mas tinham nomes - e

ouvidos. Pelo menos no que tocava às galinhas. Assim,

no nosso terreiro, e em seu poleiro, havia e houve

tantas, como a "de saia", a "carijó", a "pedrês", a

"pescospelado", a "tupituda", a "índia", a

"rabo-torto", a "urubatão" - essa última, pretinha que

brilhava, com esse nomesquisito homenageava tanto os

urubus que apenas lá do alto nos observavam - e não se

domesticavam - e um jogador de futebol de idêntica

nomeada, que defendia valorosamente a ingloriosa

Portuguesa Santista dos anos sessenta.

O galo, por ser único, doutro nome não precisava e,

enquanto no terreiro reinava, donjuanescamente de

crista alta sempre estava. E como galinhava. Ou

pintava.

Já os pintainhos, franguinhas e franguinhos, tantos

eram, e tanto erravam, que dificilmente nomes se lhes

colavam. Mas piavam.

Nossos galináceos nada tinham daqueles modelos

"Plymouth, Langhorn ou Rhode Island", que ornavam as

páginas centrais da revista "Chácaras e Quintais",

capazes de posturas colossais e de alcançarem pesos

abismais. Mas ciscavam, a cerca pulavam e, de

preferência, no mato é que botavam.

Geralmente era o olho de mamãe que pressentia alguma

galinha que escapulia, só pra fazer a sua estripulia

sobre o ovo que, escondida, botaria, em lote vago - e

abatumado - da cercania. E lá atrás a gente ia,

seguia, seguia - e logo a perdia, ardilosa que era

então a galinha de plantão. As tentativas de caça ou

de campana se multiplicavam, sob o sol inclemente, ou

a chuvinha renitente. Havia que ser paciente no

percolar das tortuosas sendas forradas de espinho

branco, unha-de-gato e o eventual algodãozinho-doce,

tudo ali no mato...e tudo ali, mais para boato que

fato...

E enfim, depois de falhar até a inovadora experiência

de amarrar uma liga vermelha ao pé da fujona da hora

para facilitar a busca - e vê-la engarranchada na

primeira curva do caminho - eis que a perseverança

acabava recompensada, quando se deparava com a bela

ninhada. Hora de tudo recolher, cacarejar a valer,

antes que um gambá, ou sei lá, nos poupasse daquele

prazer.
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