From: menininho_ny@zipmail.com.br
To: LuaClara1972@netscape.net
Subject: Expressando meus sentimentos
Date: Sunday, August 08, 1999 3:18 PM
Obrigado pelo poema que mandou, achei-o divino. Pouco a pouco nossa amizade vai crescendo e assim, devagarinho, vamos aprendendo a desenvolver uma amizade diferente, especial, sem compromissos e sem expectativas. Acho que tudo fica mais fácil sabendo que você tem compromisso com alguem e mora não tão perto. Apesar dessa distância toda um dia desses teremos a oportunidade de conhecer um ao outro pessoalmente.
Eu estou bem apesar da dor de cabeça. Ontem fui à um barzinho perto de casa (Augie’s) e acabei, quero dizer, acabamos tomando duas garrafas de um vinho muito gostoso. Aí vai o que rolou:
Convidei um amigo para ouvir Jazz ao vivo nesse barzinho, só que na última hora ele cancelou. Como não estava afim de ficar em casa acabei indo sózinho. Depois de uma meia hora de show uma garota se aproximou e perguntou se havia alguém sentado na cadeira ao lado. Respondi-lhe “seja minha convidade,” apontando para a cadeira e, daí pra frente, começamos a conversar. Ela era alta, cabelos ruivos, olhos verdes e muito elegante. Como um bom cavalheiro ofereci-lhe uma taça de vinho e perguntei se esperava por alguém. Disse-me que uma amiga, que também estudava na Columbia University, tinha ficado de encontra-la nesse barzinho, só que não tinha dado muita certeza que viria. Contou-me que seu chamava Veronique, que era françesa e que estava estudando Inglês. O papo estava muito gostoso, falavamos da vida, de música, amigos, namoro e relacionamento (falei sobre a Michelle). Comentamos também o fato de termos amigos virtuais. Pensei em você. Achava engraçado o sentimento que eu sentia toda vez que ela sorria olhando dentro de meus olhos. Fazia tempos que ninguém, com os olhos, assim me seduzia. Me sentia meio tímido e sem graça, mas ao mesmo tempo intriguado e curioso.
Ficamos até umas 3 da manhã ouvindo Jazz e como não morava muito longe dali resolvi anda-la para casa. No caminho comentavamos o porque de duas pessoas estranhas se atrairem tanto num primeiro encontro. No portão de sua casa pediu me um beijo. Não sei se a emoção, forte paixão e o tesão que sentia era causado pelas guarrafas de vinho ou porque já fazia meses que não ficava/amava ninguém. Desde que terminei meu relacionamento com a Michelle não me envolvi fisicamente e emocionalmente com ninguém, queria ficar só. Passamos a noite explorando um ao outro, nossos corpos, nossas almas e sentindo um montão de emoções todas juntas num mesmo momento. Foi gostoso, me senti novamente vivo.
Já estou com saudades, ela parte hoje para a França e volta no começo de janeiro. Deixou telefone e endereço e disse que espera uma visita minha até o final do ano.
Acho engraçado o fato da vida colocar diante da gente certos momentos e, num momento seguinte, aquilo que lhe foi dado já tenha sido tirado.
O tempo não para e nem para para esperar dona Lu@. Muitos momentos que deixei de viver nunca mais voltarão.
Obrigado por estar do outro lado da tela compartilhando partes de minha vida.
