Nova York, junho de 1960. Aqui aconteceu um dos maiores assaltos de diamantes que já se ouviu falar, nos últimos 50 anos.O fato ocorreu no bairro judeu, que tem aproximadamente 70% dos seus negócios, em pedras preciosas e metais nobres.
Tudo começou em uma noite, quando o empresário Jonathan, proprietário de uma loja na avenida 47, foi cortar umas pedras.Após a sua chegada, uma pessoa esteve com o empresário, ele abriu a porta e permitiu a sua entrada. Não demorou muito, o estranho sacou de uma arma e atirou no Sr. Jonathan, matando-o rapidamente e escondendo o seu corpo em lugar, que só mais tarde iriam descobrir . Fez uma “limpeza” na joalheria e desapareceu levando tudo o que lá estava, sem que fosse observado por qualquer pessoa.
Na manhã seguinte, como o Sr. Jonathan não havia retornado a casa na noite anterior, os seus pais e seu irmão Marcus foram até a loja e verificaram o ocorrido, porém, sem encontrar o corpo.
A seguir, foram até à Delegacia de Polícia do bairro, onde fizeram um boletim de ocorrência. A polícia iria investigar, prometeu o Delegado.
A família do Jonathan voltou até a loja e comunicou o fato à comunidade judaica, pois eram todos tementes a Deus e todos respeitavam as regras exigidas e previstas na bíblia judaica. O Rabino, a maior autoridade dentro da comunidade, reuniu - com os seus assessores mais próximos, assim como a sua filha Ana e seu filho,também rabino, Henry. Discutiram o acontecido e sem que houvesse qualquer solução, resolveram a orar e aguardar, uma possível investida policial, no sentido de descobrir o autor de tal façanha.
O Delegado determinou que uma policial, a Detetive Leila assumisse o caso e fizesse tudo para que a prisão do marginal acontecesse o mais rápido possível. Esta, recebeu a incumbência e se encaminhou para a sede da comunidade, onde entrevistaria o Rabino, para determinar por onde iniciariam as investigações.
Ao chegar à comunidade, encontra a filha do Líder, que só lhe atendeu após mostrar a sua carteira funcional. Pediu que aguardasse um pouco, pois iria ver se o Rabino poderia recebe-la. Não tardou em voltar, fazendo-a entrar.
Encontrou a cúpula da comunidade reunida, conversando sobre o assunto.
Foi convidada a se sentar começando as perguntas que pudessem oferecer subsídios para a sua investigação.
O Rabino respondeu a todas as perguntas da policial Leila. Em seguida partiram para a loja, onde ocorreu a tragédia com o Jonathan.
Ao chegar à loja, Leila perguntou sobre o alarme.
Sim, respondeu o pai do Jonathan. A loja tem um alarme, que é desligado quando algum conhecido ou alguém que goza de uma confiança ilimitada do proprietário está presente. A detetive verificou, que o alarme se encontrava desligado e portanto, quem entrou, foi com permissão do Jonathan
pois conhecia muito bem quem havia chegado, senão não lhe daria passagem
para o interior da loja. Já foi um ponto positivo.
A detetive andou pela loja e verificou que havia u ´a mancha de sangue no teto, que era removível. Sem alarde, pediu ao Rabino que levassem os pais do desaparecido para fora. Em seguida, foi até o alçapão e o removeu, aparecendo de imediato o corpo, sanguinolento e inerte do Jonathan.
Solicitou auxílio ao Rabino e retirou o corpo dali, que foi encaminhado para a residência de seus pais, onde foi preparado para o sepultamento.
Todos os membros da comunidade se congregaram, ajudaram a família que se achava consternada e levaram o corpo para o cemitério judaico.
Leila, após o sepultamento, quando todos regressaram, conversou com o Rabino, sugerindo e pedindo autorização, para integrar a comunidade, pois o assassino, deveria ser alguém de dentro da comunidade e que fosse muito próximo de Jonathan. Esta tese, embora sofresse resistência por parte do Rabino e dos demais presentes, foi aceita e o Rabino pediu que os seus filhos Ana e Henry a ajudassem, com a condição de que Leila seguisse estritamente os preceitos da congregação. Ela aceitou, agradeceu ao Rabino a sua concessão e disse que em muito breve, teria a solução definitiva para o caso. Preparou-se, foi à sua residência, mudou as suas roupas e voltou para a comunidade, onde foi aceita, não como policial, pois ninguém sabia o que ela era, mas como “aquela que voltou”.
No dia seguinte foram todos, logo cedo, para a loja dos filhos do Líder.
Não demorou muito a aparecer, dois elementos que estavam “vendendo” segurança, mediante o pagamento de uma certa taxa mensal e garantindo que nada iria acontecer aos proprietários da loja, se eles fossem aceitos como os “anjos da guarda” daquele estabelecimento. Eles prometeram buscar uma resposta daí a uma semana. Isso era um crime, mas a detetive Leila, tudo escutou e nada comentou.Depois que saiu dali, Leila foi à Delegacia e após colocar o seu chefe a par de tudo, montou um plano que iria dar certo, na semana seguinte.Solicitou reforço e equipamentos, como câmara fotográfica para registrar toda a movimentação dos marginais, computador para conseguir a ficha policial dos envolvidos, telefone celular, etc. Um outro detetive ficaria a espreita em um prédio à frente da relojoaria, faria os registros e solicitaria mais policiais para cercar a rua e prender os possíveis assassinos. Não se sabia ainda se eram eles os envolvidos com a morte do Jonathan, mas estavam para ser enquadrados, em outro crime. De qualquer forma, deveriam ser presos.
Na semana seguinte, os dois “anjos da guarda”, voltaram para saber a resposta e buscar o dinheiro. Quando receberam o pacote com a importância exigida, Leila lhes deu voz de prisão. Ela tirou o pacote de dinheiro deles, colocou as algemas e pediu ao seu colega que lhe mandasse reforço.Nisto, os marginais saíram correndo e fugiram.Leila foi atrás. Nisto chega um carro da polícia. Os marginais entraram em um carro e saíram em disparada em direção a Leila, que disparou quatro vezes a sua pistola automática em direção aos dois fugitivos. Os tiros penetraram pelo vidro dianteiro do carro, atingindo fatalmente os dois ocupantes.O carro perdeu a direção e entrou em uma loja que se encontrava à frente.
Este caso já estava liquidado, porém, estava pendente ainda o caso Jonathan. Neste mesmo tempo, em casa do Rabino, u´a moça chamada Tear preparava a sua mala para deixar aquele lar, que tão bem a abrigara. Éster estava com ela, quando resolver a lhe presentear com uma jóia sua. Colocou em uma caixinha e foi deixa-la na maleta.
Porém, ao abri a maleta viu uma quantidade enorme de notas de cem dólares e uma pistola automática. Tear viu o ocorrido, empunhou a pistola para Éster.
E foi saindo com ela, para chegar à rua. Nisto vem chegando o rabino acompanhado da Leila. Esta entregou a sua arma para o rabino, para que a usasse no momento necessário. Leila, pediu a Tear que deixasse Ana e fosse conversar com ela. Estava desarmada. Tear não aceitou e atingiu Leila com a sua pistola. A policial caiu. Tear foi avante, em direção à porta, onde estava o rabino. Afastou-se de Ana e foi saindo, quando o rabino Henry sacou a sua arma e atirou em direção do coração de Tear.O tiro foi certeiro.
Esta já caiu sem vida. O rabino se sentiu mal, pois matara alguém. Ana correu em direção a Leila e ambas foram se encontrar com o rabino.Todos saíram daquele ambiente e foram para a sala de refeições. O Rabino veio estar com eles e em seguida, foram tomar um lanche.
Leila explicou para todos, porque Tear era a criminosa.
Tear havia sido tempos atrás, uma prostituta que vagava pelos bairros de Nova York. Utilizava e fazia o tráfico de drogas, roubando todos aqueles que eram seus parceiros. Certo dia, por causa do tráfico, apanhou de dois marginais e por pouco não veio a falecer. Nisto, vai passando o Jonathan, que viu o estado daquela mulher. Correu em seu socorro, pediu ajuda aos seus amigos e todos a levaram para um hospital da comunidade. Quando já se encontrava recuperada, dias após e como não possuía nada e nem um lar, Jonathan a levou para o Rabino. Explicou a sua situação e pediu que a ajudasse, dando-lhe um lar. O Rabino concordou e a abrigou, tendo ficado em um quarto ao lado do quarto de Éster. Os contatos foram aproximando os dois Tear e Jonathan, que após conversar com os seus pais e com o rabino, resolveu se casar com Tear. Pelo fato de serem tão íntimos e aquela comunidade acreditar só em palavras, pois a honra e a lealdade estavam acima de tudo, Tear o procurou na loja na noite do crime. Como era ela, o alarme foi desligado, ela penetrou na loja em sua companhia e posteriormente, o matou, conseguindo colocar o seu corpo no teto.
Retirou o que pôde da loja em jóias e dinheiro, saindo a seguir. Desfez-se de todos os diamantes, ouros, relógios etc. Recebeu os dólares, pois até os compradores, ela já conhecia. Isto veio confirmar a tese e a competência da policial, que ficou tranqüila por ter tido a oportunidade de resolver dois casos escabrosos junto à comunidade judaica e conhecer gente tão boa, honesta e transparente, além de ser uma fortaleza religiosa. Também satisfeita a polícia de Nova York, que em momento algum deixou a sua policial em maus lençóis.
Foi competente e ágil. Tudo terminou bem.
Alberto Metello Neves - 15/04/2001