Flor - Partes da Planta
Biologia - Manual do Enem
Publicado por William Mira
- Última atualização: 28/7/2022
Índice
1) Introdução2) Estruturas3) Classificação das Flores4) Simples5) Inflorescência6) Polinização7) Tipos de Polinização8) Anemofilia9) Hidrofilia10) Entomofilia11) Ornitofilia12) Quiropterofilia13) Autopolinização14) Reprodução15) Exercícios
Introdução
A flor é uma estrutura envolvida na reprodução e que está presente em plantas angiospermas. É formada por estruturas foliares modificadas chamadas antófilas e a sua presença é um dos fatores que caracteriza esse grupo de plantas, também chamadas de fanerógamas ou espermatófitas.
A flor é uma estrutura complexa, e conservada evolutivamente, embora apresente diversidade na morfologia e fisiologia entre as espécies.
Flores.
Estruturas
Como já dito, as flores são compostas por folhas diferenciadas e modificadas para apresentarem funções específicas. As folhas podem se modificar gerando até quatro estruturas características, que são chamadas de verticilos florais e que estão dispostas em formato circular, onde um verticilo se encontra dentro do arranjo do outro.
- Cálice: Conjunto de sépalas;
- Corola: Conjunto de pétalas;
- Androceu: Órgão reprodutor masculino;
- Gineceu: Órgão reprodutor feminino.
Estrutura Da Flor: 1) Caule; 2) Pedúnculo Floral; 3) Cálice;
4) Corola; 5) Androceu; 6) Gineceu E 7) Folha.
Os verticilos florais podem ser classificados em inférteis, quando não possuem função reprodutiva, como o cálice e a corola, ou férteis, quando possuem função reprodutiva, como é o caso do androceu (estrutura masculina) e gineceu (estrutura feminina).
Cada verticilo também é composto por um conjunto de estruturas que possuem nome específico e podem apresentar função de sustentação, proteção, atração e reprodução:
- Pedúnculo: Eixo de sustentação da flor que liga a estrutura ao caule;
- Receptáculo floral: Porção dilatada do pedúnculo que serve de sustentação e suporte para os verticilos florais.
- Sépala: Folhas modificadas, geralmente de coloração verde, localizadas abaixo das pétalas e com função de proteger o botão floral enquanto ainda não abriu;
- Pétala: Unidade da corola, pode possuir cores vivas e marcantes e sua função é atrair agentes polinizadores. Inserem-se logo após as sépalas.
- Carpelo: Também chamado de pistilo, é a parte reprodutiva feminina, geralmente localizada no centro da estrutura floral. Possui uma base dilatada, chamada de ovário, seguida de uma fina porção superior, chamada estilete, que a deixa semelhante a um vaso. O estigma é a porção superior do carpelo, localizado na extremidade do estilete, onde se depositam os grãos de pólen para se iniciar o processo de germinação. Uma mesma flor pode apresentar mais de um carpelo.
- Estame: Parte reprodutiva masculina semelhante a um alfinete com corpo chamado de filete e cabeça de antera, local onde se produz os grãos de pólen formados pelo gameta masculino.
Alguns constituintes florais podem se agrupar formando um conjunto de estruturas com nomes específicos:
- Perianto: É o conjunto de corola (pétalas) + cálice (sépalas).
- Tépala: Quando corola e cálice não se diferenciam, possuindo as mesmas cores, tamanhos e formatos. Devido a serem semelhantes, geralmente as sépalas são confundidas com as pétalas. As plantas que possuem essas características são chamadas de Homoclamídeas.
- Androceu: Conjunto de todos os estames;
- Gineceu: Conjunto de todos os carpelos. Se a planta só possui um carpelo, o próprio pode ser chamado de gineceu.
Estrutura Da Flor E Seus Componentes.
Algumas flores podem ainda apresentar estruturas para produção de néctar. Os nectários são formados geralmente nos receptáculos e são líquidos açucarados utilizados para atrair agentes polinizadores.
Classificação das Flores
As flores podem ser classificadas quanto a sua estrutura, analisando a disposição delas no vegetal e a presença ou ausência de Verticilos. Podem também ser classificadas quanto a sua simetria, ou seja, disposição das pétalas de forma a estabelecer eixos simétricos de corte.
Quanto a estrutura, as plantas podem ser:
Simples
Quando são dispostas de forma unitária no vegetal, estando uma flor separada da outra.
Ainda dentro das flores simples, elas podem ser classificadas em:
- Completas: Quando possuem todos os verticilos florais;
- Incompletas: Ausência de um ou mais verticilos florais.
Geralmente as plantas simples incompletas são dióicas, isto é, possuem sexo separado.
Dessa forma, as plantas femininas não possuem o androceu nas suas estruturas florais e as plantas masculinas não possuem o gineceu.
Plantas monóicas ou hermafroditas possuem ambas as estruturas sendo, geralmente, completas.
Inflorescência
Quando dispostas em agrupamentos, como se fosse um ramo de flores em um galho.
Dentro da inflorescência, as plantas podem ainda ser classificadas em:
- Definidas: Com flor terminal do eixo principal florindo primeiramente seguida das flores próximas até a floração da base desse eixo.
- Indefinidas: Eixo principal não possui flor na sua extremidade e sim uma estrutura chamada de gema com flores localizadas nas laterais e com floração seguindo da base para as extremidades.
Envolvendo a simetria, as plantas são classificadas em:
- Zigomorfas: Possuem simetria bilateral, possuindo apenas um eixo de simetria;
- Actinomorfas: Possuem simetria radial, possuindo mais de um eixo de simetria;
- Assimétricas: Não possuem eixo de simetria (uma metade vai ser sempre diferente da outra metade).
Polinização
A polinização é o processo de transferência de grãos de pólen localizados no órgão masculino da flor para a parte feminina, sendo, portanto, fundamental para o processo reprodutivo dos vegetais superiores.
A partir da polinização ocorre a fecundação, produção de sementes, frutos e posteriormente o aparecimento de um novo espécime do vegetal.
Muitas vezes, para que o grão de pólen de uma planta consiga entrar em contato com o estigma de outra flor é necessária a ação de agentes polinizadores, em fatores que podem ser bióticos ou abióticos, que agem transportando esses grãos de pólen de uma flor para outra.
Esse tipo de polinização entre flores diferentes é chamado de polinização cruzada ou indireta, e é classificada de acordo com o agente polinizador. As próprias características florais são de acordo com o tipo de agente polinizador que deverá ser atraído para a flor.
Tipos de Polinização
Anemofilia
Polinização através do vento. Geralmente plantas com esse tipo de polinização possuem filetes longos e flexíveis, grande produção de grão de pólen e maior abertura do estigma para depósito do grão de pólen. Podem apresentar flores pequenas e sem cores vivas. As Gimnospermas, embora não apresentam flores, possuem esse tipo de polinização.
Hidrofilia
Polinização utilizando a água como agente polinizador. Geralmente associada a plantas aquáticas com grãos de pólen leves que possam boiar até o estigma.
Entomofilia
Tipo de polinização em que insetos atuam como agentes. As flores geralmente são chamativas, com cores vivas, exalando odores característicos, geralmente perfumados. Às vezes, podem apresentar nectários para a produção de néctar bebido pelos insetos como alimento energético (devido a grande concentração de carboidratos).
Os grãos de pólen podem apresentar estruturas de fixação como ganchos que grudam nos insetos que se aproximam das flores. Nem sempre apresentam odores perfumados, por exemplo, existem espécies de angiospermas em que as flores apresentam odores de carne podre e cores características para atrair exclusivamente insetos como moscas e outros decompositores.
Ornitofilia
Quando pássaros são os agentes polinizadores. Os grãos de pólen também apresentam estruturas que se fixam nas aves que se aproximam. As flores geralmente são grandes e fortes e com grande produção de néctar.
Quiropterofilia
Polinização por morcegos. Semelhante a ornitofilia.
Abelha, Exemplo De Polinizador.
Borboleta, Outro Exemplo De Polinizador.
Autopolinização
As plantas monóicas (que possuem ambos os órgãos reprodutores) podem apresentar autopolinização, ou fecundação direta, quando o grão de pólen do androceu se fixa no estigma do gineceu da mesma flor. Esse tipo de fecundação não gera variabilidade genética, não sendo vantajosa em termos evolutivos e, quando possível, é sempre evitada.
Algumas angiospermas podem ainda apresentar estratégias para evitar a autopolinização. Entre elas pode-se citar:
- Dicogamia: Os órgãos reprodutores da planta amadurecem em épocas diferentes. Dessa forma, quando o androceu está maduro, o gineceu ainda está maturando, não permitindo a germinação.
- Dioicia: Plantas dióicas, possuindo apenas um dos órgãos reprodutores.
- Hercogamia: Alguma estrutura da corola geralmente se projeta entre o Androceu e o Gineceu impedindo o contato entre os dois órgãos.
- Heterostilia: O pistilo é mais alongado que o estame, dificultando o grão de pólen de adentrar no estigma.
- Auto-Esterilidade: O vegetal é estéril para o seu grão-de-pólen, não conseguindo ser fecundado.
Reprodução
Os grãos de pólen presentes no estame do androceu são dispersados no ambiente e, com auxílio de um agente polinizador, pode entrar em contato com o estigma do gineceu de outra flor. A partir do estigma, o grão de pólen forma o tubo polínico que percorre o estilete adentrando no óvulo localizado no interior do ovário.
No interior do óvulo ocorre a fecundação, onde o núcleo espermático (gameta masculino) adentra a oosfera (gameta feminino) gerando um zigoto que irá se desenvolver em embrião. As demais células presentes nessa região se fundem formando uma célula triplóide (3n) que formará o endosperma, estrutura que irá nutrir o embrião.
Assim que se inicia a fecundação, o tecido do óvulo envolve o embrião e o endosperma, ficando mais rígido e semelhante a uma casca, formando assim a semente. Os tecidos do ovário também se modificam tornando-se mais carnosos, com função de proteger a semente e sendo conhecido como fruto.
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