Ouve-se um grito!
Não se sabe onde...
Ao deitar-me soou um grito no meio da noite
Um som que misturava-se com o vento,
Ao levantar-me ainda estava lá o grito.
Era um som perturbador...
Nossos lares eram muralha que impediam,
de chegarmos até lá...
Nossas pernas eram muletas quebradas,
O egoísmo e a falta de solidariedade...
Ouvíamos e não fazíamos nada,
nem mesmo nossa curiosidade,
levou nosso corpo sequer á tentar descobrir,
que som era aquele.
Tornou-se habitual,
aquele grito no silêncio da noite.
Durante algum tempo, pensávamos
que fosse um ser que,
ao escurecer gostasse de aterrorizar...
depois de algum tempo tornará se comum,
Parecia que não podíamos,
mais viver sem ouvir o grito,
aquele som já fazia parte das nossas noites, apesar de triste.
O som foi diminuindo, ficando cansado,
quase não dava para ouvir.
Um certo dia, crianças curiosas,
que brincavam nos arredores de uma velha casa, resolveram entrar.
E lá estava um lindo cão...
era ele quem fazia os sons da noite
Seus donos haviam indo embora,
e deixará ele para traz,
Amarrado, sem água e sem comida.
Ele estava no último minuto de sua vida...
Suas pálpebras já não respondia,
e o olhar fixo e penitente,
Deitado, quase sem vida...
Nem o socorro que tanto ele pediu,
noites á pós noite, chagou a tempo!