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Poesias-->Sepulto Alado -- 11/12/2004 - 09:49 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sou angustioso e perolado,

por argamassa de cimento,

por pontes de três traves.



Sou a chave e a perdedura,

sou a chama, o fogo, a meia-luz,

a dor de todos, o trio de um par.



Canto cotovias e vãos do

além mar.

Nas manhãs de Carnaval

sou braseiro de solidão



Sou impuro e gasto!

Mas de inocente tenho de pouco,

tenho classe especial,

de chorar saudades,

sempre que vejo algum amor

nascer

e o meu sepultado,

bem alado!

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