QUE ME IMPORTA
Que me importa
O tardar da hora,
A denunciar a tua demora,
Se a esperança ainda não foi embora
E no meu peito se fez senhora
Que me importa
Esta euforia torta,
Sem vergonha e sem memória,
Assemelhada à voz que cobra
Tua presença antes da aurora
Que me importa
Se a cidade afinal acorda,
Com o sol batendo na porta,
Trazendo a tiracolo
A vertigem da agonia,
Nos braços da calmaria
Que vem do dia
Que me importa
Se é chegada a hora de fazer
Um brinde ao entardecer,
À solidariedade que renasce
Com uma ponta de amargura,
Se ainda conservo a ternura
Nas horas mortas da noite escura
MORGANA
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