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Poesias-->Segredo -- 14/12/2004 - 20:42 (elvira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Catilina quis passear,

pela orla do mar...

Olhou a imensidão,

sonhou ser onda,

silenciosa, qual vulcão

que explode sem ruir,

tal qual sonda

Na lua a ir e a vir...

Vistosa no seu cromado,

salgou o mar de lágrimas,

abortou o desejo desejado...

Nunca poderia gritar,

crinar ou tresloucar!

Fechou o seu pecado,

no tragar do vento,

fez-se pássaro alado...

Ignorou o sofrimento,

Contou ao mar o seu fado...

Que lhe respondeu?

Que estava cansado

de tanta beleza

arremessada,

que contasse ao Supremo

e se fizesse amada!

Havia nela um mistério

que deveria desanuviar...

Prostou-se, Catilina, a rezar:

invocou docemente a Providência,

a onda forte e divina

gretou-lhe a alma

com sábia prudência...

Mas o arrulhar do mar,

em frenesim louco,

pô-la a meditar:

de si, sabia tão pouco!



Elvira:)



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