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Poesias-->Caramuru -- 15/11/2000 - 22:47 (Rosiris Guerra Inglese) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quanto tempo se passou

ainda me lembro...



Tantos dias de viagem

sol, sal e mar...



Ando pela praia

longe de minha aldeia ...



Te encontro desmaiado

na branca areia, beira mar...



Corro, inocente

com você me fascino...



Diferente de todos que conheci

pele branca, cabelos no peito e no rosto...



Seus olhos assustados

me olham como se eu fosse uma miragem...



De repente, de você, querem uma sopa fazer

Não deixo, eu te achei, és meu...



Te salvei, afinal sou filha do cacique

tenho na perna o símbolo de minha pureza ...



Cuido de você

Moema, minha irmãzinha, por você se apaixona...



Uma criança ela é

também tem na perna o símbolo de sua pureza...



É comigo que você fica

Um dia me leva de volta para Portugal...



Vendo ao longe a embarcação que parte

Moema mergulha no mar...



Na vã tentativa de nos alcançar

nada para nunca mais voltar...



Na corte, sou centro das atenções

me sinto estranha com tanta roupa ...



No Brasil corria nua pelas praias

minha nudez sempre foi respeitada...



No entanto como podia Caramuru

explicar aquela gente que isso por aqui era normal...



Triste fiquei, meu amor não era o mesmo,

naquele mundo que não era meu...



Para o Brasil voltamos

muitos filhos tivemos...



Um Porto Seguro reencontramos

Nossos filhos se juntaram aos

Tupinambás, tupiniquins e muitos outros brancos

Demonstrando aos navegantes a alma de minha gente ...



Hoje 500 anos depois,

quase não reconheço minha gente

poucos sobreviveram

já não vejo neles a beleza de antes...



Mas, eu, Paraguaçu, volto no tempo

nossa história reconstruo e, deixo

aqui registrado, que na ingenuidade e pureza

de meu povo, havia liberdade, nossas

crianças eram amadas e o respeito pela natureza e

por nossos corpos, são dignos de registro na

eternidade do tempo...



Desde então, por onde passo, não encontro mais

aquele puro amor que os ventos de minha Terra

espalhavam aos quatro cantos...



Mas penso em você Diogo, de sua luta, força e coragem

e sei que o fogo perpetuado em seu nome - Caramuru -

para sempre continuará, esquentando meu coração, iluminando

caminhos, defendendo minha gente ...



Paraguaçu.



(Rosiris - 15/11/00)







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