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Poesias-->DESTERRO -- 19/12/2004 - 20:13 (Morgana Meirelles) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DESTERRO



Teu olhar distante e duro

Refletiu os contornos do muro

Que me exilastes sem perdão e sem futuro,

Jogando no porão da alma

O que antes era puro



Tua boca arrogante e muda

Calou num instante,

O grito que embalou meu espírito,

Na pretensa redenção do delito

Pelo qual te julgastes meu inimigo



Na tua vingança infantil

Afoguei meu pranto,

E espantei da minha lembrança feliz

Qualquer forma de acalanto,

Fazendo da esperança uma reles meretriz



Constatei com meu cinismo sutil

Que para mim perdeste todo o encanto:

Como o brilho rápido de um relâmpago

Te extinguistes no reverso do meu âmago



MORGANA



Rio de Janeiro, 17/07/04.



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