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Poesias-->Sem Mais Cruzes -- 20/12/2004 - 09:18 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As coisas intemporáveis

são as mais cativantes.



Sou arquétipo do tempo,

moldurado do sol,

até você dizer,

dizer prá mim,

que a festa acabou.



Fui ver um morto,

que não era eu.

Fui visitar

sua sepultura

que não era minha,

mas, sou jazigo torto

que entra pela porta da vida

para esperar a morte.



E senti medo.

Medo de voltar

a ser criança

e cultivar mais medos.



Quando você partiu

apenas disse que não

demorava.



E anos se foram,

como partem os

vôos de aves sem rumo.



E eu espero que o brando do

pássaro termine

seu laço de eternos,

e pouse em meus ombros,

já arqueados.



Mas, um dia volte com luzes,

cruciada de pérolas de amor!

Mas sem cruzes!

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