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Poesias-->Senhor das Coisas -- 20/12/2004 - 09:51 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu tenho pouca coisa - fiz vistoria -

igual a fiscal de rendas,

mas não roubei nada de mim.



Vistoriei meus bens:

eu tenho:

um pacote de balas de crianças,

um retrato da 1a. Comunhão,

tenho também um isqueiro quebrado,

e um par de alianças esquecidas,

cartas opacas, de amor eterno,

e um terno de missa.



Tenho também:

Uma vasta coleção de

revistas velhas,

de mocinho e

bandido, e também

de modas passadas,

com a maioria das

mulheres,hoje, bastante

envelhecidas.



Tenho tudo guardado

com medo de gatunos.;

tenho-os alguns, em caixa

de papelão,

outras embrulhadas às pressas,

antes de fugir.



Tenho também

uma caixa de fósforos

vazia.

E porque,pergunto eu,

pelos santos,porque

a guardaria?



Tenho um maço de

papel onde pretendia

escrever minhas

memórias.

O papel amarelou

e as idéias

desapareceram.



Foi nesta história

de leva-vida e traz

idade,que esqueci a

maior parte do que ia

dizer.

Esqueci meu passado

onde só me lembro

de ter tido uma mulher.



Sempre de saia grossa,

com um cachecol avermelhado,

que lhe caia muito bem,

pois o pano lhe escorria

até os seios.

E me lembro que ela

até se iluminava como

estrela, com aquela

roupa feita de rendas,

pela avó desconfiada.



Foi tudo que me restou.

Hoje só olho pela janela

e penso comigo

que coisa larga é a vida:

uma hora você é dono das coisas,

noutra as coisas são seu dono.



E digo, sim Senhor!

Senhor das espirais,

dono da vida e da morte,

não rogai por mim,

pois tal desavença,não mereço.



Mas minhas coisas

ninguém me tira,

pois sou senhor também

da corda-bamba, que

a qualquer instante,

me coloca na

eternidade.
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