Os meus olhos molhados e a minha cabeça desobedecer.
Fito o horizonte ...
Me pergunto se é o dia de morrer.
Fito o que nessa vida já passou,o que acelerou ou saiu do lugar fora de hora.
Por quase um segundo e meio enfrento um silêncio,ouço gemidos vindos da tv.E num lugar onde nada se move começo a ver na morte o medo de morrer,começo a ver na sorte um jeito de viver.Mas vejo o mundo lá fora e tudo fica inseguro.
Ressabiado vou a janela e vejo homens trabalhando atrofiados no dever de ser,vejo o meu governo trocando vidas pelo poder e milhares e milhares de pessoas com a boca faminta gritando sem ser ouvidas,o direito, o direito de comer.
Assustado me dou conta que quem paga a conta está a sós,mas quem dirige essa geringonça é tão atroz,que deita a cabeça em seu leito sem sentir,que é um de nós.
Por isso fito os olhos no horizonte, e encho as minhas mãos de calo,de suor e dor, para não acordar em desespero.
Esperando,é claro, que um dia haja a tão sonhada Democracia.