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Poesias-->Contradições da alma -- 20/11/2000 - 11:04 (Maria Angela Sena Gomes Teixeira) |
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Contradições da alma
Angela Teixeira, 1999
A alma decide e renova a cada instante,
seu contrato com o ego.
Decisões noturnas, enquanto o ego dorme,
decisões diurnas enquanto ele se distraí.
Com imagens vivas, sonhadas,
criações da alma que se diverte sorrateira.
E quando menos o ego espera:
ela converte, transforma sonhos em realidade.
Alma amada e às vezes odiada,
troque em miúdos o que quer dizer.
Nem sempre a compreendo,
e me desespero com coisas que me mandas fazer.
Numa noite angustiada,
corro atrás de você, alma amada.
Estás comprometida, atendes outros aflitos.
Pedaços de mim, crianças, mulheres.
Apenas me olhas,
Com o olhar perscrutador,
Me dizes: que queres mais?
Te dei tanto, vai embora...
Nada falo, apenas sinto que é assim, mas preciso.
Não me mandes partir. Acolhe-me, novamente.
Preciso falar-te da minha dor.
Mas fico só, restou-me o vazio.
Outra noite, de outro jeito, alma contraditória.
Fingiu-se de amante e inebriada de amor
dançamos, beijamos, flutuamos vaporosamente.
Juras de amor trocadas, mentiras descaradas
alma infiel, sem cara.
Em te não consigo acreditar.
Reificam em mim os mais variados abandonos.
Naquela entrega aturdida,
largo-me em teus braços.
Corpo e corpo colados,
gostosa penetração.
Arranho o teu dorso molhado,
desejos alucinados.
Vontade de não mais acabar,
Vontade de não mais
parar de sonhar.
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