Ouve cantor de sonhos,
Melodias e trovas de amor,
Ouve a brisa do mar,
O cântico das aves,
O pobre em agonia
No seu triste penar...
Ouve na escuridão
O pranto da melancolia,
Amarrada à morte, à vida...
Escuta a voz do teu coração,
Os poemas de fantasia
E o sorriso de criança
Transparente de alegria...
Ouve, ouve a prece do crente
Disfarçada em esperança
E os soluços do amor
Consumido pelo desengano...
Liberta o espírito, as ideias
E as angústias sentidas,
Derruba as grades e as peias,
Os tormentos da vida querida,
Alcança pedestais que sustentam
A doçura, o amor, a verdade...
Renega a paixão desenfreada,
Rejeita prantos que consomem
E desgastam o prazer da vida sonhada...
Ouve, vive e amadurece, sê homem,
Despe a mortalha gelada,
Alcança finalmente a liberdade... |