Milênios depois, numa noite qualquer,
Lado a lado se fitam como homem e mulher.
Falam da vida e de alguns amores.
Passado, futuro, novos temores.
Muitos fios brancos, as marcas do tempo
Mas ele se liga no que há por dentro.
Reconhece o perfume que o inebriou.
Celebra uma história que nunca acabou.
Se sente feliz, supõe reviver
Coisas que o amor não deixa morrer.
Mas nela revolvem momentos de dor
E fala de angústia e um certo rancor.
Só pára o soluço ao notar a data,
Lembranças antigas o encontro resgata.
Nada vê, entretanto, pra comemorar.
E se afastam perdidos, entre ir e voltar...
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