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Poesias-->À LUZ DA VELA: 4, 5, 6. -- 16/02/2005 - 15:11 (wladimir olivier) |
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4
As diretrizes mediúnicas
Estimo que o meu médium tenha vindo
Disposto a trabalhar sempre melhor.
É bom que logo esqueça o que de cor
Percebe como bom, perfeito, lindo.
Assim, quando ele encontra um dó maior
E pára a refletir que esteja findo
O rol das poucas rimas, é bem-vindo
Para ajudar o amigo na pior.
Contudo, quando estou cá no controle,
Precisa confiar que esteja visto
O quanto o fim do verso vai ser mole.
Ainda que haja gíria, eu não resisto
Ao termo, que em francês se diz parole,
Se o coração julgar que sou benquisto.
5
A predisposição do leitor
Exigirei muitíssimo de quem
Vier a ler a trova sem repulsa,
Ou, simplesmente, devo ir mais além,
Deixando alguma rima meio avulsa?
Ao embarcar, risonho, neste trem,
O bom leitor o coração compulsa
Para saber a que este gajo vem,
Com sua cantilena mais insulsa.
Percebe já, de cara, que não brinco,
Quando se trata de trazer o tema
Dos furos que se encontram no seu zinco.
Porém, eu não pretendo, neste esquema,
Além dos furos revelar um trinco:
Não há, no chão, estrelas, do poema.
6
Com o dicionário na mão
Repenicam os sinos na capela,
Chamando os penitentes para orar.
É como a minha gente, neste lar,
Se põe a burilar a trova dela.
Porém, como elefante num bazar,
Eu venho p’ra ditar de afogadela,
Deixando para o acaso seja bela
A rima que jamais será exemplar.
Assim, o sentimento se improvisa
De acordo co’as palavras que registro
Para tornar a métrica precisa.
Se o tema mais perverso e mais sinistro,
No som, a rejeição não concretiza,
Talvez eu faça ouvir somente um sistro.
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