Usina de Letras
Usina de Letras
20 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63231 )
Cartas ( 21349)
Contos (13301)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3248)
Ensaios - (10681)
Erótico (13592)
Frases (51755)
Humor (20177)
Infantil (5602)
Infanto Juvenil (4947)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141310)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6355)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->Ausência -- 21/02/2005 - 20:26 (Rodolfo Araújo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tua ausência é qualquer lâmina

que arde, agride a carne, sangra



É o vazio que aumenta o peito

do ar efêmero da falta, a expandir

os tentáculos exploradores

tateadores na atmosfera inócua

do mundo sem tua poesia



Ausência tua é o pescador fundido

ao horizonte, perdido na rede

e no desejo de voltar



É a folha que erra sobre os troncos secos

pairando depois sobre um abismo cinza

absorto pela névoa matinal que fascina

letal



É a voz que retumba no coração lépido

saltita como criança aflita

sem a mãe para abraçar



É a dor em suas letras que cingem

os mares da frieza e quebram-me em mosaicos

sem rima, ritmo e perdão



É a solidão do domingo à tarde

em que o mundo inteiro faz alarde

sob a janela e o altar



É o cerrar dos meus olhos,

que derrubam sobre minhas rugas

uma lágrima fugitiva, incontida

rio lírico do dissabor



É o paletó do burocrata

que repousa na cadeira

esperando a hora exata

da sonhada sexta-feira



É o menino que aguarda

a tua volta, impaciente

sem saber que realmente

a rosa em breve irá murchar



É o pôr-do-sol que acontece

apenas

sem que acompanhe sobre teus ombros

a ninar



É a chuva que fenece

sobre o chão que padece

dos mil passos que dou

para buscar



Esta ausência dilacera

toma poder de meus dedos

retém minha esperança ao alto

atrás de uma estrela tímida

que ousará, então, um dia,

a novamente brilhar



E silencio, mais uma vez

como já se fez rotina

a tarde é tão ferina

dá-me somente pesar



É quando vais embora

e somes atrás dos passantes

assumes tua vocação errante

deixando-me atrás, a esperar



Será que voltas? Se demoras, avisa

se partires, diga

para eu me apagar



Mas se tornares teus olhos aos meus

que alegria, que peripécia,

que moleca, cheia de arte!

Dê-me todos os beijos parte em parte

para que nunca mais

escapes do meu olhar.







Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui