Quando estive no limiar do tempo e do espaço ouvi um canto dizendo que o amor é:
Uma dor e um prazer...
Na aurora do amor, está a dor da mudança de trajetória, de um pé que caminhava livre pela terra, e se vê alado, acima dos próprios pensamentos...
Mas há também o prazer de seguir um caminho novo de um gozo de se assentar no banquete que alimenta a alma...
(!...) Pois se amar fosse somente dor ou prazer, não teria o sentido que tem...
É ainda uma perda e um lucro...
No jogo do amor, há o prejuízo de não ser mais dono dos pensamentos antes programados para ser direcionados somente ao afagar do ego...
Mas há o lucro de ganhar um sentimento que se soma a uma riqueza de serem (a princípio) dois...
Ou mais de dois, quando na estação própria floresce e frutifica.
(!...) Pois se amar fosse somente lucro ou perda, não seria um jogo...
O amor é também uma agonia e uma paz...
No amar também, há uma agonia de não ser quem se queira ser, para ser aquilo que as mãos desse habilidoso escultor talhou no que era um mármore bruto no coração da alma...
Mas há também a paz de saber que cada cinzelada desse artista, tem a maestria de quem talha uma obra sem imperfeições, porque o amor é um artista perfeito...
(!...) Se o amor fosse só agonia ou só paz não teria o encanto que tem.