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Poesias-->CULTO À DISTINÇÃO -- 31/01/2000 - 21:34 (antonio temoteo dos anjos sobrinho) |
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CULTO À DISTINÇÃO
“Há veludos de imbaúba nessas redes de teus olhos
que convidam, preguiçosas, a gente para o descanso”.
Ascenso Ferreira, Catimbó e Outros Poemas, p. 116.
As mulheres, mais mulheres,
bem nascidas, muito amadas,
são pinturas deslumbrantes,
fortes, dóceis, vicejantes.
Gostam das noites, do dia,
das chuvas tiram partido,
vestem branco, azul, lilás,
os tons e as cores da paz.
É o amor que lhes importa,
mais que o sucesso e os desejos,
mais que a leveza e os encantos,
nos encantos dos cortejos.
Rendem-se à corte solene,
fazem culto à distinção,
têm o gosto do respeito
e ternura à sedução.
Encandeiam-se a um convite
para almoçar ou jantar,
tomar um drinque, um sorvete,
pelo prazer de tomar.
As mulheres quando amadas
são sensíveis aos requintes,
às cadeiras que puxamos...
maravilhosas ouvintes.
Se lhes abrimos a porta,
do carro, por cortesia,
sua noite, solta, vagueia,
na Via Láctea da magia.
No banheiro pedem toalha,
amaciante p’ros cabelos,
o sabonete, a escova,
carinho, ternura, desvelos.
E se aferimos o lustre
que lhes reflete o talento,
cintilam... estrelas... rebrilham
como a luz no firmamento.
São delicados veludos
do verde azul de meu Deus,
requintadas, deliciosas,
imbaúbas generosas,
catimbós dos olhos meus.
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