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Poesias-->FERIDA ABERTA -- 02/03/2005 - 16:56 (débora cristina denadai) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Brasília, 21 de dezembro de 2004 – 16:18h



A cada linha que escrevo

vira estátua um desejo,

uma pedra também vira

uma parte minha que escrevo.

E assim, eu sei que devo,

mas não posso e nem consigo,

parar sem nem começar,

fingir mesmo que não ligo,

deixar a poesia passar.

Mas ela passa

e eu vejo.

E assim,

a cada linha que escrevo,

uma parte minha eu vejo

virar pedra, cinza, pó

mas a outra

líquida e certa,

eu já sei que vai sangrar

feito ferida aberta,

e vira poesia no ar.

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