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Poesias-->Entre Noites -- 16/03/2005 - 15:57 (Jadson Buarque) |
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Preso ente duas noites.
Vejo meu tempo passando
Imóvel em cima da cama.
Olhando para o silêncio da madrugada.
Daqui chega os sons.
Vozes perdidas.
Sirenes, apitos.
Cães e gatos.
Coisas quebrando.
Pessoas caindo.
O mundo em volta.
E eu perdido na minha insônia.
Há noites não consigo dormir.
Noites que não terminam com aurora.
Um tempo constante, uma hora que não passa.
Preso entre duas noites.
Vago insone pelo meu quarto.
O escuro está tão claro.
As luzes tão apagadas.
Vejo-me num espelho perverso.
E só vejo minha imagem distorcida.
Lá fora o mundo passa.
A vida acaba e começa.
Numa noite sem fim.
Em ruídos que conheço.
Mas que não me são mais claros.
Preso ente duas noites.
Tento sonhar, amar.
Mas o colchão duro é o que resta.
Silêncio em casa.
Barulho na rua.
E a noite fria envolve tudo.
Mesmo quando chega a aurora.
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