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Poesias-->Suposição -- 20/03/2005 - 15:37 (Isaias Zuza Junior) |
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Se você parar de tocar sua música
como posso te acompanhar
com minha voz destoante
te dar meu berro na multidão
e fazer meu gesto cantar
mais que a alma distante
ritmar com você na palma da mão...
Se você parasse
e eu não dançasse
e ninguém mais visse
e ninguém escutasse
seria como alguém morresse
e minha vontade fosse
de viver mais que você vivesse
para que não mais entristecesse
tua face se contigo eu não estivesse
na melodia que você tocasse
olhando em minha face que não fosse
a de fazer, se sem ti assim eu morresse,
a mesma que você se acostumasse,
e tu de viver longe e frio cansasse
e teu amor não mais acontecesse
como se saudade você vivesse
querendo morrer e não morresse
e minhas mãos não alcançasse
porque nossas dimensões nunca regulassem
mas ainda assim você parasse
porque contigo eu não mais dançasse
assim perto de você, querendo como fosse
você, a que não se vai como não se fosse
não se vai, como não ficasse.
Não parar de tocar, não parar de dançar
não parar de soar a garganta e a saliva
e assim errar, e assim me perder
e meu gesto encontrar com teu te saber
e nele gostar como fosse rimar –
somente isso basta para que não
fujas, eu fique, e nos encontremos
em vida e não em morte.
E estamos alegres
e aqui estamos
e conosco acostumamos
e nunca cansamos
porque acontece
que nossas mãos se alcançam
e se medem números
a regular o que de real é
nosso querer em ficar.
E você não pára
e eu danço
e todos vêem
e eles ouvem
porque sabem de vida
e não de morte
nosso amor sem separar.
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