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Poesias-->Eis o Homem -- 23/03/2005 - 11:32 (Jadson Buarque) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Eis o Homem

Eis o que resta dele.

Uma grande mancha de sangue.

Carne dilacerada.

Corpo mutilado

Humilhado, castigado, condenado.



Eis o homem que vocês queriam.

O mesmo que homem que querem matar.

Nem parece mais vivo.

Apenas seus olhos estão firmes.

E seu silêncio nos acusa.



Foram horas sofrendo.

Foram anos nos libertando.

E agora encerramos o ciclo

Transformando-o em flagelo.

Algo que nos revira o estômago

Ele nos enche de asco e pavor.



Fora com ele!

Livre-nos deste espetáculo.

Dê o golpe de misericórdia.

Comece o novo ato.

Para o grande epílogo.



O Homem que está na nossa frente

Não merece mais viver.

Estamos decepcionados.

Ele não é melhor que nós.

Afinal sua carne também se desmancha

Sob o peso do chicote.



Não nos importa o que ele fez.

Não nos importa o que ele é.

Só que vemos nos basta.

E vemos a humanidade vencida.

Humilhada pela dor.

Aberta em ferida sob o peso dos chicotes.

O espetáculo se repete.

Estamos decepcionados,

Mas aproveitemos até o fim.



Eis o homem.

Não é mais rei, não é mais mestre.

É apenas uma figura de dor.

Que mal se sustenta nas pernas

Que não pode com a trave

Que não suporta o chicote.

Que sangra por nossa cidade

Que geme em nossos ouvidos.

E nem ousa reclamar.



Eis o homem

Em seus últimos passos.

Vamos acompanhá-lo.

Apenas para ter certeza

De que no fim a humanidade é vencida

Pelos próprios homens.





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