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| Poesias-->Eis o Justo -- 23/03/2005 - 11:32 (Jadson Buarque) |
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Eis o justo.
Pendendo numa cruz estúpida.
Lavando com sangue nossa vergonha.
Ele sentiu a dor de todos os homens.
Teve sua carne consumida com chicotes.
Teve seus pulos perfurados.
Foi humilhado com uma coroa de espinhos.
Foi desfeito da humanidade
E subiu desfigurado, humilhado, mas altivo.
Eis o justo.
Ele está morto na cruz.
E daqui debaixo nós o observamos.
E sabemos que aquele era o nosso lugar.
Nós é que deixamos de ser humanos.
Nós é que provocamos a dor
E derramamos sangue inocente.
Eis o justo.
Quantos justos estão junto com ele.
Quantas cruzes ainda pregaremos no Calvário.
Quanta dor provocaremos
Apenas porque não conseguimos salvar nossa humanidade
E preferimos destruir o que nos lembra ela.
O justo na cruz.
Nunca esqueceremos essa cena
O Sol se escondeu.
A Terra tremeu.
As nuvens desabaram.
Houve revolta em toda natureza
E silêncio entre os homens.
O justo na cruz.
Vejam o sangue inocente.
E pensemos
Quantos pregos cravamos
Naquela carne.
Quantas chicotadas demos?
Nós que apenas observamos
O sangue inocente ser derramado.
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