LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->Ouvindo Ravel na cabana -- 31/03/2005 - 09:32 (Ademir Garcia) |
|
|
| |
OUVINDO RAVEL DA CABANA
Por que achastes que podia,
Embrenhar-me em tua orgia,
E ofuscar toda a magia,
De adorar os seios teus ?
Acaso lembrastes menina,
Que dá cintura prá cima,
Ornei-te toda em purpurina,
Para alegrar aos olhos meus ?
Com teu rodado em estampa,
De flores brotando na grama,
E plissado que não levanta,
De teus passos fiz um meneio.
No ermo daquela choupana,
Onde exótico o céu emana,
A bruma por sobre a savana,
Quis aprender teu bamboleio.
Pasmo e repleto de euforia,
Notei que tu me consentias,
Ver-te a nudez e a alegria,
Ensaiando passos de bolero.
Se de saias te cobres apenas,
Ombros não entram em cena,
Encobertos por tuas melenas,
Desnudá-los sei que não quero.
Basta-me o exposto semblante,
Deste teu colo alvo e exuberante,
Que faço-me num tolo errante,
Febril de paixão e delírio.
Acaso ensaiares como outrora,
Peço-te seja Ravel como agora,
Que a melodia jamais vá embora,
Evitando-me cair em martírio.
Sabes bem o louco que estou,
E apaixonado por ti como sou,
Não te esqueças que não restou,
Atenção para mais ninguém.
Provar toda paixão que te tenho,
Com o peito em chamas aqui venho,
Mostrar que o amor todo empenho,
E que a teus desejos direi — amém !
AdeGa/97
|
|