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Poesias-->ADEUS -- 05/04/2005 - 11:22 (Lílian Maial) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ADEUS

Lílian Maial







Partimos, e nunca fomos embora.



Aceitamos a distância como a cura,



a saudade, como lembrança remota,



as lembranças, os retratos não tirados



daquela paisagem mal-vivida.



Uma licença dos homens, por tão curto tempo, como a vida,



num segundo, ali, nossa, tão nossa e tão imprópria,



tão necessária e tão sem sentido,



tão impunemente proibida.



Nunca deitamos à sombra, pois éramos a sombra de nós.







Saímos, mas não fomos embora.



Não conseguimos deter o desejo, a pele.



Nossos cheiros se misturaram no instante,



e nossas bocas nos sabiam o gosto,



nossas mãos ansiaram os gestos,



nossos corpos adivinharam os toques.



E nos bebemos tanto,





com tanta intensidade,



nos embriagamos de tal forma,



que mal pudemos suportar a dor de tanta entrega.



Mas havia nós e os outros nós,



a vida, a realidade e a corda de amarrar o peito.









Quisemos muito ir embora. E achamos até que fomos.



Emudecemos os vulcões,



secamos as bocas ávidas,



reprimimos os pecados mais e mais,



os sonhos dos doces encontros.



Até nossas palavras foram amordaçadas



e nossos poemas choraram o silêncio.



Cuidamos tanto dos detalhes,



maltratamos tanto a doçura...









E quando tínhamos a certeza de que havíamos ido embora,



uma fagulha cadente, uma estrela sem aquela ponta,



a mesma música tocada insistentemente na cabeça,



aquele beijo nunca apagado dos lábios,



aquele encontro único e único,



aquele um dentro do outro,



trouxe-nos a verdade de que nunca nos despediremos,



porque nosso adeus se repete, e repete, e repete,



como agora.









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