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Poesias-->PRETENSÕES -- 07/05/2005 - 21:27 (Edson Campolina) |
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PRETENSÕES
Pretendi-me um tipo poeta
Como Pessoa, o Fernando,
D’uma filosófica intimidade.
Encontrei-me numa alma perdida
Como um Álvaro louco
Nos campos de sua vaidade.
Tentei construir metáforas
Como as belas de Neruda.
Perdi-me em armadilhas do pensar
Que afloraram somente as amarguras
D’uma mente ainda nua, e crua.
Pretendi-me um tipo cronista
Como Fernando Sabino, o menino,
De olhos leitores de fatos da vida.
Exagerei-me na medida da arrogância
Acreditando em minha leitura, desmentida.
Tentei a burla contista,
Como um Mendes Campos, sóbrio,
Numa quarta-feira de prosa num bar.
Faltaram-me a fábula e seu imbróglio.
Um branco fez lacuna em meu criar.
Pretendi-me então um romancista
Do tipo andante de destino errante,
Como um Guimarães, o Rosa.
Adquiri foi faceta de escriba
Que rabisca sem construir a prosa.
Pretendi-me em verso e estrofe,
Em parágrafo de cria esnobe.
Uma inútil jactância desmedida,
D’um sonho de mineiro pobre.
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