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Poesias-->HORDAS -- 29/05/2005 - 00:29 (JOSE GERALDO MOREIRA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
HORDAS



As mulheres daquela cidade

Deitavam sãs

Acordavam gestantes

Carregando no ventre

Novos homens.

Os homens daquele povoado

Matavam muitas reses

Acendiam fogueiras

Bebiam a noite inteira

Quando eram homens de paz.

As mulheres de ventres salientes

Ensinavam aos seus filhos, nos ventres

A pensar nos inimigos

Abusar dos perigos

A portar espada e marchar nas falanges.

Os homens saiam

Inventavam guerras

Iam e vinham

Matavam e morriam

Voltavam cegos, mortos. Estóicos.

As mulheres os amparavam

Davam-lhes os corpos inchados

As tetas lactantes

Cuidavam deles com esmero

Até vê-los de pé, prontos para outro desespero.

Os homens, dantes estropiados

Eram novos homens valentes,

heróicos soldados.

Cegos, aleijados, dementes:

Homens de fazerem outros filhos

Capazes de brigar com o mesmo

brio D´antigamente.

As mulheres pariam

Criavam, cuidavam e perdiam

Seus filhos para os conflitos e rampeiras

Para as noites de paz e bebedeira

Que os pais cegos, aleijados, faziam

Assim, os homens tinham

Sempre novos motivos

Para empurrarem seus filhos

Para as guerras que faziam

Para os netos, filhos e amigos.

As mulheres esperavam, tocaiavam

Corpo teso de medo e respeito

Esperando o regresso de maridos e filhos

Que, às vezes, voltavam.; às vezes, ficavam

Nos conflitos.; com as rameiras.

Depois elas se acostumavam

E pariam novos filhos.

Os homens sorriam

Vendo as mulheres deitando sãs

Acordando prenhes

De novos filhos que supririam

As falhas nas hordas

Que investiam e ficavam,

Voltavam e emprenhavam

Outras mulheres para novos

Reboliços com outros povos.



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