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Poesias-->Ficção -- 03/06/2005 - 19:56 (Nelson Maia Schocair) |
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Não me permito dirigir palavra ardente,
Tampouco deflagrarei esse amor latente.;
Já não sinto essa maldade agora presente,
E o louco medo absurdo e tão patente.
Por que choro, quando me sinto assaz contente?
Mas a cura dessa dúvida em mim candente.;
Faz-me novo, dia após dia mais valente,
Se te inoculo do veneno da serpente.
Minha deusa, como prevejo em ti ausente,
O calor que a face resulta de repente,
Triste mistério, lava de vulcão fervente.;
Como ousas ser a dona de tal vertente?
Se sou fraco, não me culpes por ser solvente,
Só te amei por intrepidez e dor demente.
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