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Poesias-->Roubo -- 23/06/2005 - 11:51 (Erbon Elbsocaierbe de Araújo) |
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Roubo d’outros
As palavras
E as ponho em minha boca.
Roubo d’outros
Os pensamentos
E os ponho em meu devaneio
Roubo d’outros
Os desejos
E os ponho junto aos meus.
Porque sempre serão os mesmos,
As mesmas palavras
Os mesmos pensamentos
Os mesmos desejos
Os mesmos , de sempre, desejos
Só desejos
Sempre.
Por quê de mim sabê-los ou vê-los,
Se de mim tenho quem os saiba
Ou os veja?
Não os saberei.
Nem de quem os saiba
Nem de mim mesmo
Nem de parte alguma.
Não os saberei nunca!
Eu não quero sabê-los.
Que se vão todos vocês!
Com todos os seus espelhos.
Melhor não ver coisa alguma.
Melhor nada saber nem buscar.
Melhor viver essa lassidão profunda
Nada que ultrapasse além de mim mesmo
Das minhas fronteiras mal definidas
Da minha indefinição indefinida
Do meu determinismo indeterminado.
Recolho-me ao nada
Ou a qualquer coisa que o valha
Isto é mais acolhedor
Que o orgasmo da rapariga.
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