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Poesias-->Da Delizadeza e das Facas -- 04/02/2000 - 20:13 (Maria Angela C.Marques Pereira) |
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Da Delicadeza e das Facas
Termino a leitura do jornal
Cidades, O Mundo, Caderno B,
Sexta –feira, programas,
restaurantes, sugestões
de moda e diversões
Fecho o jornal mas,
algo ficou em mim
Fecho jornal
mas não o sentimento
Calada dor e desassossego
Mesmo sem abri-lo,
olho para o olhar que ali ficou
triste, profundo , enormes olhos
cabelos encaracolados, rostinho redondo
Deixa ver apenas a metade
a outra, oculta-se por detrás da parede
nos lábios fechados, a denúncia
de que viveu
muito além de seu tempo
Vida desprotegida
como um cãozinho ,
cuja fome e desabrigo obrigam
a seguir o dono
Delírio ou vejo
bem longe, um sorriso,
longínqua luz de esperança?
Como se , sob uma face
houvesse outra
que bastaria ser tocada,
vicejaria
Está ali, à espera
enquanto a de cima é desalento.
Desprotegida vida
Enquanto os pais perambulam perdidos
do norte ao planalto central
Transita a delicadeza na sordidez
dos albergues e das facas
Desalento e lassitude dos grandes
estão colados nos olhos da menina
Ali, naquele jornal
Pedindo socorro. Maria A . 19/03/99
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