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Poesias-->resquícios sensoriais -- 05/02/2000 - 09:41 (ricardo luiz irineu brito) |
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Em pesquisa mental,
chegam-me lembranças e retratos guardados visualmente,
de quem já me foi importante,
do lugar que se escondiam.
Um desvio ilógico interrompe-me a continuidade,
a sequência de minhas pensantes memórias,
confunde-me a retina mental.
Mas, já se foi e, junto dele, a mais, um pouco de mim.
Por ora ando despedaçando-me, diluindo-me
e tornando-me migalhas de mim mesmo:
já não tenho sido mais que um amontoado de órgãos,
um complexo de ser, desde tempos atrás - um monte de dias.
Já não vejo a vida como o espelho que refletiria materialmente meus interesses abstratos, como antes.
Já não tenho esperado pelo que me agradaria, há muito.
Já não tenho admirado a mim mesmo como prova da atração pelo ser que desempenho.
E findando reflexões desconexas às pupilas mentais
que tentam entender-me, não deixo legado algum aos que continuam, aos que conglomeram idéias de que eles próprios e a vida são.
A mim já não é mais que mero vazio negro,
que alguém insiste em manchar de outras cores, o nigérrimo.
Enquanto que para si são cores de vida,
para mim é consumação de egoenfermidade coletiva.
À princípio, na insistência que tive em referir a alguém,
quem teria sido este, para mim, senão a imagem que eu procurava no espelho que refletisse meus sonhos?
Mas os espelhos perdem o poder de refletir,
e nada refletirá à tumba que estou envolto.
Não sei se morro ou se começo a nascer...
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