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Poesias-->PASSOS VISCOSOS -- 20/07/2005 - 16:24 (ALFREDO ROSSETTI) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
À minha volta,

resíduos imorais

calcorreiam com olhos de ratos

pelo chão de relvas desalentadas.



Esse chão sangrado,

de raízes chorosas,

pelos frutos pútridos

brotados por urnas incôncias,

mas repletas da esperança

de bocas desdentadas.



Pior que a morte em vida,

a desesperançca dos olhos

nas manhãs que se sonhara radiantes,

e que se vê alvorarem castradas.



Nada pode ser pior

do que sorriso que gela.

Do ruir da paz

do coração em ardência

e que num instante a dor sela

na ferida aberta que a notícia traz.



E que de imediato não cremos,

pois descrer é a nossa infinita vocação.

E o destino é repisar no que envergonha.

A todo momento nossa vida

se limita a vislumbrar somente vasa,

que não se identifica

se excremento ou peçonha.



E diante do arvoredo

desse estigma que consome,

perdemos nosso veio de luta.

Nossos anseios se tranfazem

num viver sem lustre,

a uma vontade inexcedível

de desta pátria

não se querer sequer um nome.







18.07.2005
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