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Poesias-->TARDE DOURADA -- 07/08/2005 - 18:12 (Edson Campolina) |
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TARDE DOURADA
Covardemente, enclausurei-me, sempre,
Em quartos e salas escuras
Fugindo da nostalgia das tardes,
Esperando perder-me nas noites.
Mas hoje um sol vespertino
Dourou o cinza da minha estrada,
Que, negando-me chance de fuga,
Conduziu-me a um paraíso mundano.
Senti minha pequenez
Diante de colossal beleza.
O sol coloriu a montanha
Refletindo o dourado em seus verdes.
Descobri que a chave de seu portal
É a saudade de outras tardes.
E os sobreviventes solitários
As lembranças minhas.
Lembranças de amigos
E amores instantâneos.
Lembranças de dias felizes
Que se tornaram eternos.
Então tive medo do dia seguinte,
Pois haveria passado a tarde dourada.
E meu paraíso tristonho
Fecharia-se com minha covardia.
Sigo agora pela estrada cinza
De um anoitecer lento
A torturar-me com a esperança vã
De reviver aquelas tardes felizes.
Continuarei a refugiar-me
Em noites escuras de quartos e salas.
Até que em outra tarde dourada
Encontre meu anjo róseo de cabelos dourados.
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