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Poesias-->O ESTRANHO -- 14/08/2005 - 23:41 (Adolfo Henrique) |
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O ESTRANHO
Gente indo, gente vindo...
Caras estranhas.
Pessoas rindo, cães latindo.
Repentinamente,
O escuro cai,
Sob o sol ardente.
Homens andando, mulheres passando,
Na pressa do dia-dia.
Crianças chorando, os loucos gritando.
Repentinamente,
O escuro cai,
Sob o sol ardente.
Agora, sou eu o estranho,
O louco, o doente.
Como se não reconhecesse mais
Meu próprio mundo.
Os amigos já não importam
As mulheres já não interessam
O álcool já não entorpece
A nicotina já não consola
As canções já não comovem
Apenas entediam...
A esta altura, só o travesseiro dá alento
No quarto escuro, sob a meia-luz da TV,
que ajuda a tentar vencer a insônia.
Vencer a insônia...
E começar tudo outra vez. |
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