Usina de Letras
Usina de Letras
23 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63362 )
Cartas ( 21354)
Contos (13305)
Cordel (10362)
Crônicas (22581)
Discursos (3250)
Ensaios - (10727)
Erótico (13599)
Frases (51886)
Humor (20199)
Infantil (5633)
Infanto Juvenil (4974)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141355)
Redação (3366)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1969)
Textos Religiosos/Sermões (6374)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->afinal -- 20/08/2005 - 23:01 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Afinal...

mdagraça ferraz



Afinal, o que há comigo?

O que há com meu povo?

Qual de nós terá se esquecido

das justas medidas do outro?

O que há em mim

que nâo me impede o grito

diante de tantas desonras

à grandeza da Pátria desferida?



Porque hoje, é dia quinze

de julho de dois mil e cinco,

e eu me pergunto:

O que há comigo?



Ando nas ruas fantasmas,

gris, marasmo, spleen

Ruas povoadas por zumbis

assombrados, sem vontade,

meros robôs de carne,

conduzidos pela mídia covarde

e tudo que possuo

é meu canto longínqüo

que me chega através das sombras tristes

que vagam

seu cruel destino de massa

e meu canto canta:

O que há com meu povo?

O que há comigo?



E os que passam e me vêem

são tão poucos: os andarilhos,

os pássaros, os caminhos

abertos e os poetas loucos!

Tudo que é livre

comigo anda e ...vive!

Tudo que conheceu a curva

que afasta, a lua que mata,

o escuro que se torna facho

débil, colo de cisne,

virado para baixo,

torto como olho de deus

a espreitar o diabo



Por que não sorrio-

desvairada e cínica-

como todos que conheço?

Por que não me conformo,

não me calo, não me imobilizo,

recuso-me ao cabresto?



Ah, seria tão cômodo

se eu agisse como meu povo

Reduzir-me ao palco fictíceo,

ao espelho, ao meu passo,

ornar com ouro

o ponto fundo do meu umbigo

Mas não consigo

Ó, diga-me, o que há comigo?



O que me faz diferente

das novilhas, dos contentes,

das gentes que movem dentes

e enchem as esquinas, as boates,

os clubes, as bocas de lixo,

quais números- serpentes?



Ah, como queria ser como eles!

Frívola. Tonta. Enganada.

Viveria a alegria das fábulas

engendradas no dia-a-dia

Abençoados os pequenos

de coração seco, os práticos,

os mansos, os cegos, os utilitaristas, os idiotas,

porque deles é este inferno

claustrofóbico em que me debato

furiosa como uma semente

de rosa no chão ruim



Qual a força , em mim,

que me impele à partir,

como uma errante

para lugares distantes,

cada vez mais distantes?



Ah, este meu inconformismo tolo...

Afinal,o que há em mim?

O amor?

Amor ao meu país

Amor ao meu povo

E o que eu faço com este amor?

Está tudo morto!

Onde eu o ponho?

Para quem eu o dou?



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui