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Poesias-->CRISE -- 04/09/2005 - 15:21 (ANTONIO MIRANDA) |
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CRISE
Poema de Antonio Miranda
Tem um anti-herói - Macunaíma - levitando no Congresso.
Os intelectuais estão mudos, perplexos
monologando sobre a utopia corrompida,
relendo manifestos. Paquidermes ressentidos.
Os políticos sangram, desencantam
(quem foi estilingue virou vidraça)
sugam as entranhas do poder
num inferno a céu aberto.
Em posições trocadas, os canalhas
em espelhismos e disfarces sutis
exorcizam fantasmas redivivos
- ou seriam mortos-vivos
canibalizados.
Um batráquio atônito discursa
para as colunas surdas
para ouvir o próprio eco.
Não, não e não!!! é o bordão
dos acusados. Ato falho, coerção
enquanto os jornalistas sádicos
regozijam-se, triunfantes
sobre os escombros.
Os urubus planam ávidos
sobre a esplanada desconcertante
e os ratos roem os alicerces
precários.
Os banqueiros estão blindados
mas assustados.
Os militares cegos, os religiosos surdos
e os juizes calados.
A população aturdida
- enquanto a lama medra -
não entende mas pressente
a véspera do nada.
Brasília, 3 de setembro de 2005
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