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Poesias-->Idas, vindas e repetições -- 17/09/2005 - 19:03 (Fatima Dannemann) |
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Idas, vindas e repetições
Fatima Dannemann
Quando a vida prega peças
eu ouço uma musica.
Sento no escuro
e apenas ouço uma musica.
Penso na vida
e ouço uma musica.
As vezes sorrio.
Balanço a cabeça.
Mas, ouço uma música.
Sim, ouço uma música
e agora eu ouço uma música
um desses temas de novela.
Tomo um gole de sangria
sentada no escuro
e penso como a vida prega peças.
E eu só queria
descartar a poesia.
Não... eu só queria descartar a poesia.
Mas, eis que a vida me prega peças
detono um disco qualquer
derramo vinho na roupa quase de proposito
só para ficar zangada e parar de escrever.
Não!!!
Eu preciso amputar
a poesia da minha veia.
Mas a vida trapaceia
As palavras ecoam na cabeça
e pulsam nas batidas do ritmo da musica...
A vida prega peças
e eu ouço uma música
Busco qualquer sentimento
que me faça parar de escrever.
Eu não sou poeta
eu não escrevo poemas
eu não embalo ninguem com meus versos
eu não emociono ninguem com minhas palavras.
Apenas escrevo qualquer coisa...
Para poesia
Para música
Para escuro
que venha a luz agora.
Quero sair da sombra da noite
e passear à beira da praia
com uma roupa bem leve e as pernas de fora
tal qual musa de qualquer compositor...
Não...
A poesia insiste.
Entra sem bater e fica.
Não dá.
Não posso.
Eu apenas me sento
e escrevo.
(a música, a sangria,
a revolta e as sombras
são apenas liberdades momentaneas
da imaginação)
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